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Nasceu no Alentejo um movimento contra a agricultura intensiva

Imagem Ilustrativa

Foi apresentado esta quarta-feira, dia 8 de julho, em Beja, o manifesto do novo movimento de cidadãos “Chão Nosso”, que tem como principais objetivos a luta contra as culturas intensivas e a sensibilização da população para os impactos negativos deste tipo de agricultura que compromete o futuro da vida no Alentejo.

Em declarações à Agência Lusa, Inês Fonseca, porta-voz do movimento, refere que “o movimento é composto por um conjunto de residentes no Alentejo que estão preocupados com as alterações surgidas nas últimas décadas na paisagem devido à agricultura intensiva, que compromete o futuro da vida no nosso território”.

O movimento, que tem como lema “Em defesa da cultura, património e biodiversidade do Alentejo”, foi apresentado ao final desta tarde em Beja, divulgando também o seu manifesto, que vai agora circular por todo o Alentejo, para recolha de assinaturas.

De acordo com a porta-voz, este movimento é “apartidário” e já integra “pessoas dos distritos de Portalegre, Évora e Beja”, ambicionando chegar, no futuro, ao litoral alentejano.

Inês Fonseca disse ainda à Lusa que “o alvo” do movimento são as culturas intensivas, que “estão a alterar completamente tudo, desde a maneira como os campos estão a ser trabalhados, a paisagem ou a qualidade ambiental no território”, argumentando que “temos problemas na qualidade da água, na qualidade do ar, temos queixas das pessoas e não temos respostas para lhes dar porque tentamos chegar à fala com a Direção Regional de Agricultura do Alentejo ou com os serviços do Ambiente e não nos dão respostas, nem resultados de análises”.

O manifesto, consultado pela Agência Lusa, indica que “a saúde e o bem-estar dos cidadãos deve ser uma prioridade” e que “a utilização de recursos hídricos deve ser avaliada, evitando desperdícios desnecessários”.

O movimento Chão Nosso diz também que “a agricultura em regime intensivo não promove a fixação populacional” e que “a biodiversidade dos habitats, de espécies arbóreas e faunísticas está em risco”, tal como “a paisagem alentejana”, que “possui características identitárias resultado da vivência das populações”.

“As fábricas de tratamento e valorização dos resíduos resultantes da produção de azeite têm gerado graves consequências ambientais” e os trabalhadores agrícolas são “uma realidade de precariedade e baixos salários” pode ler-se ainda no manifesto.

Fonte: Agência Lusa

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