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Quinta-feira, Março 28, 2024

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“O exército não sabe apagar fogos, não têm de estar na linha da frente, quem sabe fazer o combate são os bombeiros” diz Jaime Marta Soares (c/som)

Em entrevista à nossa emissora, o presidente da Liga dos Bombeiros, Jaime Marta Soares, fala sobre o combate aos incêndios neste verão de 2020.

Sobre as medidas do Governo com a compra de drones e a ajuda do exército no combate aos incêndios, o presidente refere que “o exército tem drones e a GNR tem drones e não sei o que andam a fazer”.

Sobre a ajuda do exército aos bombeiros no combate aos incêndios, afirma que “o exército não sabe apagar fogos, não têm de estar na linha da frente a apagar fogos. O exército tem de estar na vigilância, na proteção, no rescaldo, a acompanhar o pós-fogo, os sapadores florestais e todos os que têm de fazer a vigilância”.

“O combate quem o sabe fazer são os bombeiros, as estruturas da unidade de combate da GNR. O exército tem uma função e não poe ser desperdiçada, cada um tem de fazer aquilo que sabe fazer”, frisa.

Relativamente a situações de incumprimento na limpeza das florestas, prazo que terminou a 30 de abril, Jaime Marta Soares diz que “o Estado, através das autarquias e freguesias, tem de organizar o que tem de ser feito e isso envolve várias práticas e atitudes que já deviam ter começado há 50 anos”. No entanto, esclarece que “agora já se está a fazer algo” e que o “sentido de responsabilidade veio ao de cima, mas os resultados só vão aparecer daqui a 30 ou 40 anos”.

Quanto às dificuldades sentidas pelos bombeiros na época de incêndios, explica que existem 70 meios aéreos e que se todos estiverem no terreno no “período mais crítico” serão suficientes. Relembra, no entanto, que os meios aéreos são um complemento para os meios terrestres e que deve existir um “um equilíbrio entre as forças do ar e as forças da terra, que se complementam”.

A época de incêndios depende da “meteorologia, das altas temperaturas e dos tempos atípicos, porque já sabemos que temos uma floresta altamente inflamável”.

Sobre os planos dos municípios para o combate aos incêndios afirma que “cada município tem o seu espaço, devidamente ordenado através do plano de diretor municipal e o ordenamento deve ser integrado nesta estrutura. Há que haver uma dimensão estratégica integrada, que passa pelo associativismo florestal. Não se pode fazer um planeamento e ordenamento sem um cadastro florestal, que ainda está muito aquém, pois tudo isto obriga a decisões políticas profundas”.

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