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Sexta-feira, Abril 19, 2024

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“O fator que influencia mais os resultados da EDIA não será pandemia, mas sim o calor ou a chuva”, diz presidente da EDIA (c/som)

Em entrevista à Rádio Campanário, José Pedro Salema, presidente do Conselho de Administração da EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva, falou sobre como a empresa se adaptou à situação de pandemia que o país atravessa devido à COVID-19, o processo de desconfinamento e se a COVID-19 veio alterar as expetativas da empresa para 2020.

O presidente da EDIA disse que “os trabalhadores que estão mais ligados à operação que não puderam fazer teletrabalho, como os técnicos de manutenção e outros, tiveram de continuar a sair de casa quando toda a gente não podia e com algum receio continuaram a sua operação”.

“O pessoal de escritório teve numa primeira fase em rotação, depois apenas em teletrabalho e agora novamente num esquema misto em que asseguramos presença física em todas as salas na sede, mas com menos pessoas. Há uma parte das pessoas que ainda está em teletrabalho. Depois cada departamento se vai organizando ou em rotação ou em espelho no dia a dia ou semana, temos os vários modelos”, referiu o dirigente.

José Pedro Salema frisou que, apesar da situação de calamidade “a prioridade número um é a distribuição de água, que não pode parar. Os nossos clientes têm de continuar a ter água nos seus hidrantes e não podemos pôr nada à frente desse objetivo”, mas admite que “algumas coisas, eventualmente, ficaram atrasadas, houve trabalho de gabinete que pode ter ficado atrasado, mas outro que até avançou mais rápido nesta fase, portanto, tivemos resultados um bocadinho díspares, porque há coisas que avançaram mais rapidamente”.

“Acho que em geral o resultado não é mau, o período mais limitativo está ultrapassado, cruzámo-lo sem grandes turbilhões e a esperança que temos é que haja um desconfinamento progressivo e que em setembro já possamos estar todos a trabalhar como sempre o fizemos”, afirmou o presidente da EDIA.

José Pedro Salema salientou que “há algumas aprendizagens a retirar” desta pandemia, porque “esta foi a desculpa certa para provarmos que algumas ferramentas que já utilizávamos e que muitos desconfiavam. O facto de se fazer uma reunião por teleconferência não foi descoberto agora, mas havia uma grande resistência em utilizar estas tecnologias e uma das coisas que aprendemos é que isto, efetivamente, funciona e que até pode ser uma ferramenta de produtividade”.

“Se fizermos [as reuniões] por videoconferência conseguimos todos ser mais produtivos e isso é uma aprendizagem muito interessante que não devemos esquecer. Devemos manter a utilização destas ferramentas no futuro porque, de facto, conseguimos ser mais produtivos. O facto de estarmos em Beja e termos necessidade de reunir com pessoas de outras partes do país, a grande lição que devemos retirar é que essas ferramentas de comunicação funcionam e se calhar temos de apostar um bocadinho mais nelas. Por fazermos muitas reuniões com pessoas de Lisboa, por vezes a distância limitava-nos, não conseguíamos fazer os contactos com a rapidez necessária e as coisas vão atrasando e os processos não vão andando à velocidade que gostaríamos e acho que isso pode ser uma excelente aprendizagem”.

Questionado se esta pandemia mudou as expetativas da EDIA para 2020, José Pedro Salema frisou que “o fator que influencia mais os resultados da EDIA não será a pandemia, mas sim o calor ou a chuva que cai ou que se sente na região. Se nós tivermos, como tivemos esta primavera bastante chuvosa, principalmente o mês de abril em que choveram em média cerca de 90 milímetros na nossa área de influência e em média chovem cerca de 60, portanto, o abril foi mais chuvoso que o habitual e isso faz com que se venda menos água e isso depois tem consequências na faturação. Se tivermos julho, agosto e setembro muito quentes, nós vamos vender muita água nestes 3 meses. Se tivermos um verão como o de 2018 em que o calor só chega em agosto e em setembro já está frio outra vez, vende-se menos água. É isso que vai determinar mais os resultados da EDIA do que a pandemia, porque as amendoeiras e oliveiras não foram arrancadas, as searas foram semeadas à mesma e, portanto, as culturas estão lá, têm de ser regadas e os agricultores vão regá-las com a água que elas precisam em função da meteorologia que viverem”.

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