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Terça-feira, Março 19, 2024

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O que se passa com os Kamov de Ponte de Sor?

Adquiridos em 2008, para abater parte da dívida da antiga União Soviética ao Estado português, os seis helicópteros Kamov – Ka-32, destinados ao combate a incêndios, chegavam de graça, mas rapidamente se envolveram em várias polémicas. Passada uma década, apenas três estarão aptos a levantar voo e dois estão selados no Alentejo.

As divergências com estes equipamentos começaram com a queda de um dos aviões em 2012, que ficou irrecuperável, depois com a extinção da EMA – Empresa de Meios Aéreos, que foi a responsável pela gestão dos seis Kamov existentes em Portugal até 2014, passando a manutenção dos aviões para a Everjets. Atualmente, com o encerramento do hangar de Ponte de Sor, onde estariam a ser reparados 2 dos aviões, a frota está reduzida a metade e ninguém parece conseguir esclarecer se os aviões estarão ou não aptos para ser utilizados no combate aos incêndios deste ano.

Há cerca de um mês a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) selou as instalações em Ponte de Sor, onde uma subcontratada da Everjets, a russa Heliavionics, estava a fazer a reparação de dois Kamov, juntamente com os técnicos da própria empresa Kamov. No processo, foram retiradas as credências de acesso ao hangar e dada ordem de expulsão aos técnicos russos que estavam a fazer as reparações.

Segundo foi noticiado, a ANPC justificou esta ação com a deteção de movimentação de material da frota, sem a devida autorização. Contudo, a própria ANPC não esclarece se foi ou será apresentada qualquer tipo de queixa, ou se está a decorrer qualquer tipo de ação judicial contra qualquer uma das duas empresas, nem sequer se existe algum litígio entre o Estado e as mesmas.

Apesar da tentativa de contacto com a ANPC, não foi possível obter quaisquer esclarecimentos em tempo útil, que pudessem confirmar que tipo de problema envolve estes equipamentos, ou sequer se os mesmos poderão ser utilizados no combate aos incêndios, ou ainda sobre os custos de manutenção associados às aeronaves. Pois, na altura da sua aquisição estimava-se que os mesmos teriam um custo médio anual de sete milhões de euros.

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