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Terça-feira, Março 19, 2024

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Oliveiras alentejanas em perigo com chegada de bactéria ao país

A perigosa bactéria Xylella fastidiosa, que ataca oliveiras e amendoeiras, já há algum tempo que ameaçava chegar a Portugal, mas agora foi detetada em Vila Nova de Gaia, “à boleia” de plantas do género Lavandula, planta ornamental vulgarmente conhecida por “lavanda”, mas que não apresentam sintomatologia da doença. Porém, a sua presença em território nacional é o suficiente para deixar muitos produtores assustados.

Em especial no Alentejo, onde estão concentradas dezenas de milhões de oliveiras, amendoeiras e outras árvores de fruto que são o habitat ideal para a propagação de uma praga que já preocupa os olivicultores alentejanos, sobretudo os que exploram grandes áreas de olival intensivo e superintensivo.

O impacto desta bactéria repercute-se em quebras drásticas de produção e é visível causar necroses nas folhas das árvores, sejam amendoeiras, oliveiras e citrinos e mesmo a vinha. Por isso, No Alentejo, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) está a fazer o controlo das oliveiras para sinalizar eventuais contágios.

O género Xylella, identificado por Wells et al. (1987), é composto por uma única espécie, a Xylella fastidiosa. A espécie inclui várias estirpes e caracteriza-se por um crescimento lento em meios de cultura.

As colónias crescem em meios artificiais, a 26-28°C, a pH entre 6, 5-6, 9, podem ser lisas ou rugosas, opalescentes e circulares. É uma bactéria vascular que vive no xilema das plantas, sendo transmitida por insetos.

De acordo com trabalhos de sorologia e tipagem genética, as suas estirpes foram divididas em cinco subespécies: Xylella fastidiosa subsp. piercei (que escolhe estirpes de videira), Xylella fastidiosa subsp. sandyi (loendro), Xylella fastidiosa subsp. multiplex (vários hospedeiros), Xylella fastidiosa subsp. pauca (que inclui ameixeira, cafeeiro e citrinos) e a Xylella fastidiosa subsp. tashke, que foi identificada na chitalpa (Chitalpa tashkentensis) uma árvore ornamental.

Face à evolução da situação, foi, entretanto, aprovada e publicada a Decisão de Execução (EU) 2015/2417 da Comissão Europeia que lista géneros e espécies hospedeiras identificadas como suscetíveis às subespécies da bactéria detetada no território da União Europeia. Estas espécies “só podem circular na União Europeia desde que acompanhadas de passaporte fitossanitário, quer tenham sido ou não provenientes de zonas demarcadas”.

Resta agora apurar se as plantas de lavanda, portadoras da bactéria Xylella fastidiosa, entraram em Portugal com ou sem passaporte fitossanitário.

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