O Palácio Ficalho, em Serpa, no Alentejo, abriu ao público, ontem, dia 22 de maio. Nesta primeira fase, apenas estarão disponíveis visitas guiadas. Nas próximas fases, o Palácio vai abrir-se a eventos e alojamentos e residências.

Já é possível visitar este Palácio com 600 anos de história e mantido até hoje na mesma família, os Mello. Monumento Nacional desde 2007, o espaço foi recuperado ainda no século XX, por António Martim de Melo (1916-1990), 4.º marquês de Ficalho, e a sua mulher Maria das Dores Eça de Queirós (1918-2004, neta do escritor). Esse restauro do palácio e do jardim valeu em 1984 o prémio do Institut International des Châteaux Historiques.

A história do monumento começa no século XV, quando João de Mello, futuro copeiro-mor do rei D. Afonso V, foi nomeado em 1442 fronteiro, e depois alcaide-mor, de Serpa, e senhor da Quinta de Ficalho. Por esta altura existia uma edificação primitiva nas muralhas, onde ele e sua família residiram, razão pela qual o palácio é também conhecido como Casa do Castelo. Entre os descendentes está o botânico e literato Francisco Manuel de Mello Breyner (1837-1903), 4.º conde de Ficalho, membro do grupo Vencidos da Vida, ao qual pertenceu Eça de Queirós, seu amigo.

O palácio foi edificado na segunda metade do século XVII por vontade dos irmãos Pedro e Martim Afonso de Mello, bispo da Guarda. O projeto arquitetónico é atribuído a Mateus do Couto, Sobrinho, sucessor de seu tio nos cargos de Arquiteto das Ordens Militares e Engenheiro Régio, que desenhara a Igreja do Salvador e os retábulos da Igreja de Santa Maria de Serpa, panteão dos Mello.

O edifício e seu conjunto é um dos melhores testemunhos de uma residência palaciana do século XVII português. O presente projeto exprime a vontade antiga de Matilde Maria de Mello e suas filhas de partilhar com o público este património material e imaterial.

As visitas guiadas são feitas em parceria com a Patrimonium e podem ser marcadas através do site patrimonium.pt/palacioficalho.

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