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Sexta-feira, Abril 19, 2024

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Pres. da Fed. dos Bombeiros de Évora denuncia que “atendimento às populações está em rotura” porque “ninguém responde” do 112 (c/som)

Em entrevista à Campanário, o Presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Évora, denunciou alguns casos de ausência de resposta por parte da central 112 e do próprio Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), quer a particulares, quer aos próprios Bombeiros. Inácio Esperança considera que “o problema está no atendimento feito pelo 112, que de facto em muitos casos está a trabalhar no nosso distrito com imensos atrasos”.

Só no distrito de Évora, o mesmo avança que “há relatos, quer em Évora, quer em Portel, quer em Estremoz – agora no incêndio que se verificou com aqueles seis feridos – quer em Vila Viçosa, de casos onde não há resposta por parte do INEM”, nomeadamente dois casos ocorridos na madrugada do passado dia 7 de agosto, ou durante o dia 5 de agosto. Inácio Esperança revela que se “telefona para o 112, quer as famílias , quer os bombeiros, e ninguém responde”.

“Para nós isto é demasiado grave”, afirma o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Évora.

Questionado sobre as causas possíveis para este problema, Inácio Esperança considera que os problemas se devem “a um sistema que é inflexível, que tem apenas uma única direção e que não prevê estas situações de rotura ou de um acréscimo anormal de chamadas, como tivemos nestes dias”. Por isso, “tem que haver um plano B” que na sua opinião, pode passar por “regressar às centrais distritais”.

Para tal, o presidente da Federação sugere a utilização das centrais do número 117, “que funcionam nos centros distritais de operações e socorro” e que “recebem as chamadas do 112 quando o 112 reencaminha para lá”.

Independentemente de qual for a central “que está em rotura”, “sabemos é que o atendimento às populações está em rotura”, afirma o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Évora.

Inácio Esperança sublinha que situações como as relatadas, em que nem os cidadãos, nem os próprios bombeiros, conseguem obter uma resposta do INEM, “não pode acontecer”. Pois “nós temos que prestar socorro às populações”, mas isso não pode acontecer “sem que depois, neste sistema tão rígido, saber para onde é que levamos as pessoas”, como aconteceu recentemente, quando a corporação transportou um doente até Estremoz. Contudo “o senhor tinha um edema pulmonar agudo”, e “daí seguiu na SIV [Ambulância de Suporte Imediato de Vida], com apoio diferenciado, para Évora, mas mal”.

Posto isto, com vista a salvaguardar o socorro da população, o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Évora deixa o conselho às pessoas para que “se o INEM não responder, tenham ao seu lado o número dos bombeiros para telefonar diretamente para a corporação de bombeiros, é o apelo que eu faço neste momento”.

Inácio Esperança diz também que já remeteu a questão “à Liga dos Bombeiros Portugueses” para que “questione o INEM”. Até ao momento “ainda não tive resposta, mas espero obter rapidamente”, diz. Além disso “questionei as associações de bombeiros do distrito de Évora para me identificarem todos os casos em concreto, quer de atrasos, quer de inexistência de resposta”, dos quais “estou agora a fazer um levantamento”.

Por fim, sublinha que “o grande objetivo deste alerta não é encontrar culpados, é encontrar soluções” para evitar que “as pessoas estejam sem socorro ou à espera dele indefinidamente”.

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