19.1 C
Vila Viçosa
Quarta-feira, Abril 24, 2024

Ouvir Rádio

Data:

Partilhar

Recomendamos

Riscos demográficos são mais graves no interior junto à fronteira

Os territórios fronteiriços de Portugal e Espanha, são os que revelam mais riscos demográficos como consequência da quebra das taxas de fecundidade e envelhecimento da população, segundo um estudo da JPQ consultores.

Face aos resultados deste trabalho, realizado a pedido de um consórcio de entidades de ambos os países, os seus autores apontam a necessidade de inverter o processo demográfico e adaptar a economia local (e nacional) a um país com menos gente. Em regiões de baixa densidade, nomeadamente no Alentejo, esta problemática ganha dimensão, uma vez que os trabalhos existentes exigem mais mão-de-obra, que vai escasseando progressivamente.

De salientar que as NUT III portuguesas de fronteira, concentram 22% da população nacional (cerca de 2,2 milhões de pessoas), e os territórios fronteiriços espanhóis concentram 7% (3,1 milhões de pessoas), enquanto a média europeia de população em regiões fronteiriças é de um terço da população nacional.

Também o PIB produzido nas regiões fronteiriças é menor, face à média europeia onde este é de 28%, aponta o estudo, sem apresentar dados ibéricos. Avança, contudo, que em 2030, as disparidades territoriais entre o litoral e as áreas rurais, sobretudo de fronteira, se manterão, sendo expectado um aumento da riqueza produzida nas regiões fronteiriças, que serão ainda assim insuficientes para diminuir o fosso existente.    

Segundo o estudo, os territórios da fronteira entre Portugal e Espanha, registarão uma maior migração de jovens face aos outros territórios do interior, resultando num decréscimo da população ativa. Em declarações à comunicação social, Teresa Sá Marques, coordenadora do estudo, aponta como dificuldade a garantia de qualidade de vida a quem fica, considerando ainda que as políticas de natalidade não surtirão efeitos em territórios onde existem poucas mulheres em idade fértil.

Surge como prioridade trabalhar as condições de atratividade destes espaços, garantir os serviços públicos e privados essenciais, mobilidade e conectividade digital.

São assim defendidas medidas como a descentralização de serviços do Estado, o aumento de apoios a projetos empresariais no interior, apoios e subsídios que promovam a fixação de jovens e famílias, como a contratação de trabalhadores jovens.

Até 2050, é estimada uma perda de 20% da população no interior fronteiriço português e 28% de quebra de empregados nessas zonas.

Populares