Há pelo menos seis presidentes de câmara, reeleitos no passado domingo nas eleições autárquicas 2021, que estão envolvidos em processos judiciais ou a ser investigados por acusações de corrupção, negócios imobiliários duvidosos e aceitação de vantagens, entre outros crimes.
Entre estes seis casos, um deles está no Alentejo, mais concretamente em Borba. Entre os principais casos judiciais está o “caso Selminho”, que atingiu o reeleito presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira (independente), acusado de prevaricação por, segundo o Ministério Público (MP), ter favorecido a imobiliária da família num litígio judicial com a autarquia sobre a propriedade de um terreno.
António Anselmo, atual presidente da Câmara Municipal de Borba, foi reeleito pelo MUB – Movimento Unidos por Borba, cargo que desempenha desde 2013, e ganhou com maioria. António Anselmo vai a julgamento por cinco crimes de homicídio no caso da queda da Estrada de Borba, Estrada Municipal 255, que em 19 de novembro de 2018, tirando a vida a cinco pessoas: dois operários de uma empresa de extração de mármore na pedreira e três homens que seguiam em dois carros na estrada que colapsou.
Para além de António Anselmo, encontram-se nesta situação o presidente da Câmara do Porto, que corre o risco de perda de mandato; António Beites Soares, reeleito presidente de Penamacor, que vai ser julgado por “recebimento indevido de vantagem” por causa de uma viagem a Istambul, em 2015.
Ainda neste processo , o MP acusou o reeleito presidente da Câmara de Amares (Braga), Manuel Moreira, que foi também reeleito, e José António Jesus, reeleito presidente de Tondela (PSD), está a ser julgado, juntamente com Pedro Adão, o vice-presidente da autarquia elos crimes de peculato e falsificação de documento, alegadamente cometidos entre 2010 e 2017. Os dois autarcas, segundo o MP, terão recebido ajudas de custo por deslocações realizadas em viaturas particulares, quando na realidade terão usado veículos da autarquia.
Em outubro de 2020, o presidente de Montalegre, Orlando Alves (PS), reeleito no domingo, foi acusado pelo MP de ajustes diretos a empresas de familiares na ordem dos cinco milhões de euros, na sequência de buscas realizadas três meses antes.
Fonte: JN