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Quinta-feira, Abril 18, 2024

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“Se não chover na altura certa, não temos campanha de arroz para o ano”, diz Associação de Regantes do Vale do Sado (c/som)

Portugal atravessa este ano uma situação de seca severa, registando temperaturas altas aliadas a pouca pluviosidade. A Barragem do Alto do Pego, no Litoral Alentejano, que fornece agricultores da Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Sado, encontra-se atualmente a 8% da sua capacidade.

Gonçalo Lince de Faria, coordenador da associação, em declarações à Rádio Campanário, diz que a campanha do arroz que se encontra a terminar, sofrerá uma quebra de 40% da produção. Isto porque, em abril do presente ano, a água disponível para os agricultores da Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Sado foi rateada, resultando numa “redução de 40% da área cultivada com arroz”. “Se não chover, não temos campanha para o ano”, declara.

“A única coisa a fazer é rezar, a ver se chove na devida altura”, uma vez que a Barragem do Pego do Altar “não tem outras alternativas” de abastecimento.

A Barragem do Vale de Gaio, por exemplo, também explorada pela Associação, tem alternativas de abastecimento com ligação ao Alqueva, sendo que neste caso o problema se prende com o facto de “os preços da água” serem “completamente proibitivos para a cultura do arroz”.

Atualmente, mantendo-se a seca, “a maior preocupação” prende-se com o abeberamento do gado. Para contornar a situação, após o final da campanha, os canais serão deixados “em carga”, possibilitando aos associados “retirar água do canal” para distribuírem pelo seu gado.

Tal como se verificou na Barragem da Vigia e na Barragem do Divor (Évora), o baixo nível das águas levou à retirada de cerca de “35 toneladas de peixe” da barragem, no mês de agosto, visando reduzir a carga piscícola. Após essa medida, “tudo correu dentro da normalidade”.

A descida do nível da água na Barragem do Pego do Altar, consequente da seca atravessada pelo território português no presente ano, deixou a descoberto uma ponte que se encontrava submersa há 19 anos. A ponte de Rio Mourinho, em Alcácer do Sal (Alentejo Litoral), tem cerca de 30 metros e de 200 anos de idade, apresentando-se como a antiga passagem entre as localidades de Santa Susana e São Cristóvão.

A Barragem do Pego do Altar tem 70 anos e insere-se na Bacia do Sado, que este ano regista cerca de 19% da sua capacidade. Num ano normal encontrar-se-ia a 46% de capacidade.

 

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