O presidente da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) reconheceu hoje que o problema da seca na região é “gravíssimo” e espera que o futuro governo encare a situação “com olhos de urgência”.
“Estamos com um problema gravíssimo” e “imediato de falta de água, nomeadamente para o pastoreio e para a atividade agro-pastoril”, reconheceu à agência Lusa o presidente da CIMBAL, António Bota (PS).
O também presidente da Câmara de Almodôvar (Beja) falava após a reunião do conselho intermunicipal da CIMBAL, que junta 13 dos 14 concelhos do distrito, de onde saiu um conjunto de medidas “urgentes” e de “médio prazo” para mitigar os efeitos da seca na região.
Segundo António Bota, o Baixo Alentejo “é das regiões do país mais secas” e “com menos água distribuída, não obstante a barragem do Alqueva servir alguns concelhos”.
A situação “é preocupante no imediato porque os agricultores não têm pastagens para os animais” nem “reservas de cereais, fenos, silagens ou palha”, alertou.
O autarca alentejano disse mesmo que “aquilo que se avizinha a médio e longo prazo não é muito agradável de observar”, pois “se não chover também coloca em risco as culturas do próximo ano”.
“Com as alterações climáticas dos últimos anos estamos sempre com o ‘coração nas mãos’ e urge tomar medidas rápidas”, que “não podem ser ‘empurradas’ com a barriga” e que “têm de ser executadas já”, reforçou.
Na opinião de António Bota, o novo governo tem olhar “para o Baixo Alentejo com ‘olhos de urgência’”.
Caso contrário, “daqui a pouco tempo vamos ter turistas a ver mais um deserto que fica a sul de Beja, porque não há possibilidade de continuar a produzir nestes terrenos”, concluiu.
Na reunião de hoje, o conselho intermunicipal da CIMBAL elencou “um conjunto de intervenções e de apoios de forma a mitigar” a seca no distrito de Beja.
Entre as 12 medidas urgentes propostas pelos municípios surgem a concessão de ajudas a fundo perdido para construção de charcas, para a aquisição de depósitos de água e para suportar os custos da distribuição da água.
São igualmente propostas, entre outras, a autorização para pastoreio de pousios e culturas anuais e a atribuição de apoios a fundo perdido à pecuária, “nomeadamente no transporte de água e equipamento de abeberamento de animais”, assim como às culturas de outono-inverno.
Entre as medidas de médio prazo a propor ao futuro governo surgem a criação de “condições para implementar” seguros agrícolas que “considerem também a seca” ou a ligação da barragem do Roxo, no concelho de Aljustrel, à albufeira do Monte da Rocha, no concelho de Ourique.
C/Lusa
01 Fev. 2023 Regional
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