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Segundo o Instituto Nacional de Saúde, apenas 2,9% da população tem anticorpos à COVID-19

A percentagem da população portuguesa com anticorpos (seroprevalência) à COVID-19 é estimada em 2,9%, um valor inferior ao necessário para alcançar uma potencial imunidade de grupo, revelam os resultados preliminares do Inquérito Serológico Nacional COVID-19 divulgados esta terça-feira.

Os resultados do primeiro Inquérito Serológico Nacional COVID-19 concluem que “Portugal regista uma seroprevalência global de 2,9% de infeção pelo novo coronavírus na sua população [perto de 300.000 pessoas], não tendo sido encontradas diferenças significativas entre regiões e grupos etários, refere em comunicado o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), promotor do estudo.

A seroprevalência foi mais elevada nas pessoas que relataram ter tido um contacto prévio com um caso suspeito ou confirmado de covid-19 (22,3% versus 2,0%) e naqueles com sintomatologia compatível com a doença – febre, arrepios, astenia, odinofagia, tosse, dispneia, cefaleias, náuseas/vómitos e diarreia – (6,5% contra 2,0%).

Cerca de 44% das pessoas com anticorpos específicos contra o novo coronavírus não referiram qualquer sintoma anterior de covid-19.

As conclusões apontam que as diferenças entre a percentagem da população com anticorpos à covid-19 e o número de casos de infeção reportados se devem à dificuldade dos sistemas de vigilância em captarem casos ligeiros ou assintomáticos da doença.

O inquérito teve como objetivo “caracterizar a distribuição dos anticorpos específicos contra SARS-CoV-2”, determinar a extensão da infeção na população residente em Portugal, determinar e comparar a seroprevalência por grupo etário e por Região de Saúde e a fração de infeções assintomáticas.

Relativamente à distribuição por sexo, o estudo indica que a seroprevalência estimada foi mais elevada nos homens (4,1%) do que nas mulheres (1,8%).

Analisando as idades, verificaram-se valores semelhantes para os grupos etários em estudo, variando entre 2,2% (dos 10 aos 19 anos) e 3,2% (dos 40 aos 59 anos).

Entre as diferentes Regiões de Saúde, a percentagem da população com anticorpos ao SARS-Cov-2, que causa a doença covid-19, variou entre 1,2% no Alentejo e 3,5% em Lisboa e Vale do Tejo, “embora sem significância estatística”.

Por nível de escolaridade observaram-se “diferenças estatisticamente significativas” entre os valores de seroprevalência estimados, que se revelou mais elevado nas pessoas que completaram o ensino secundário (6,4%) e mais baixo nos que concluíram o ensino superior (1,4%).

Para a coordenadora do inquérito, Ana Paula Rodrigues, os resultados encontrados “aconselham a manutenção das recomendações de proteção individual e coletiva para todos os indivíduos, independentemente do respetivo nível de anticorpos específicos contra SARS-CoV-2”.

Mostram também “a necessidade de monitorizar a evolução da seroprevalência destes anticorpos na população, de acordo com a evolução da epidemia em Portugal”, afirma Ana Paula Rodrigues citada no comunicado.

O trabalho de campo do inquérito decorreu entre 21 de maio e 08 de julho, tendo sido recrutados 2.301 participantes, com idade superior a um ano, distribuídos por todas as regiões de saúde do continente, Açores e Madeira.

Os resultados revelam também uma seroprevalência global de acordo com valores obtidos noutros estudos seroepidemiológicos de base populacional e âmbito nacional realizados noutros países, acrescenta.

Os testes foram feitos em 96 laboratórios de análises clínicas 18 hospitais do Serviço Nacional de Saúde parceiros no Inquérito serológico Nacional.

(FONTE: AGÊNCIA LUSA)

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