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Sopas de sarapatel ‘reinam’ na época pascal em Castelo de Vide

As tradicionais sopas de sarapatel, prato confecionado à base de sangue do borrego, são as ‘estrelas’ de um festival gastronómico a decorrer em Castelo de Vide (Portalegre), com 16 restaurantes aderentes, que assinala a Páscoa.

Promovido pela Câmara de Castelo de Vide, o Festival do Sarapatel, onde também ‘brilham’ outros pratos da tradição judaico-cristã, pode ser ‘degustado’ restaurantes aderentes até ao dia 18 deste mês, divulgou o município.

As sopas de sarapatel são “um prato ‘rei’ da Páscoa de Castelo de Vide, feito a partir dos subprodutos do borrego, mas com o sangue, a cachola, tripa, fígado e o coração”, e que está presente, nesta altura do ano, em “grande parte dos nossos restaurantes, explicou hoje à agência Lusa o presidente da câmara, António Pita.

Esta iguaria, que é servida com pão duro a acompanhar é “um prato singular” na gastronomia alentejana, destacou o autarca.

António Pita considerou que este prato contribui também para o desenvolvimento da economia local na época da Páscoa e recordou a origem do mesmo e a influência judaica nesta receita.

“Nós temos a sopa de cachola [feita à base de sangue de porco], mas, como sabemos, os judeus não comiam porco e, para mostrar que adotavam pratos semelhantes aos cristãos, produziam o sarapatel”, relatou.

Segundo o autarca, “há quem defenda que o sarapatel é um derivado da sopa de cachola, só que com as carnes do borrego”.

Além do sarapatel, o festival dá a provar pratos como molhinhos de tomatada, perna de borrego assada no forno ou o ensopado de borrego.

Finda a refeição, os visitantes podem ‘adoçar a boca’ com doces típicos desta época, como os bolos fintos, lagartos, queijadas ou, então, com a tradicional boleima, uma receita de inspiração judaica, que tem como ponto de partida o pão sem fermento e a utilização do azeite em substituição das gorduras derivadas de porco.

Nesse sentido, o município reuniu 10 pastelarias do concelho que aderiram a esta iniciativa, para que os visitantes possam provar estes e outros bolos tradicionais.

A época pascal é vivida em Castelo de Vide de forma intensa, com vários rituais católicos e também outras iniciativas, “fora dos cânones” da Igreja Católica.

Para dia 16, em plena vila, está prevista a bênção dos borregos e, nessa noite, após a vigília pascal, também decorre a chocalhada, que reúne dezenas de pessoas que percorrem as artérias principais de Castelo de Vide, a tocar chocalhos.

Já no domingo de Páscoa, dia 17, está programada “uma procissão dos estandartes, em que todas as forças vivas do concelho, a convite do presidente da câmara, se fazem representar através do seu estandarte de classe, não havendo imagens religiosas, o que é raro no país”, contou.

Fonte: LUSA

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