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Terça-feira, Abril 16, 2024

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Stonehenge de madeira a única estrutura pré-histórica na Península Ibérica fica no Alentejo

As Escavações no sítio arqueológico dos Perdigões, próximo de Reguengos de Monsaraz, deixaram a descoberto uma construção monumental, identificada como “Stonehenge de madeira”, com uma planta circular e mais de 20 metros de diâmetro.

A estrutura é de caráter cerimonial, conhecida apenas na Europa Central e nas Ilhas Britânicas, como “Woodhenge”, “versão em madeira de Stonehenge” ou “Timber Circle”. Esta construção seria composta por vários círculos concêntricos de paliçadas e alinhamentos de grandes postes ou troncos de madeira.

O arqueólogo responsável, António Valera, salientou que “esta é a primeira a ser identificada na Península Ibérica, estando datada entre 2800-2600 antes de Cristo (a.C.), ou seja, será anterior à construção em pedra de Stonehenge [em Inglaterra], para a qual se tem avançado uma cronologia em torno a 2500 a.C.”.

A estrutura descoberta está localizada no centro do grande complexo de recintos de fossos de Perdigões e articula-se sobre a paisagem megalítica, que vai do sítio arqueológico até Monsaraz. No solstício de verão é possível aceder ao seu interior, o que reforça o seu caráter cosmológico.

Apresenta-se como um anfiteatro natural, aberto ao vale da Ribeira de Vale do Álamo, onde se situa uma das maiores concentrações de monumentos do megalitismo alentejanos. Entre eles, destaca-se o famoso Cromeleque dos Almendres, a 14 quilómetros de Évora, e centenas de antas conhecidas, pelo menos, desde a Idade Média.

O sítio exibe uma cronologia de cerca de 1400 anos, desde aproximadamente 3400 a.C., no final do Neolítico Médio, e de 2000 a.C., no início da Idade do Bronze. É conhecido como um imenso centro de agregação de comunidade humanas, onde ocorriam práticas cerimoniais, e se geriam relações identitárias, culturais e políticas.

A importância dos vestígios pré-históricos de Évora é inegável, embora o número de visitantes não lhes faça justiça. O complexo em Perdigões está a ser escavado há 23 anos pela empresa Era – Arqueologia, em colaboração com diversas instituições e investigadores, nacionais e internacionais.

(Fontes: National Geographic e Lusa)

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