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Três criadores e um coletivo ganham Bolsas de Criação O Espaço do Tempo!

O Espaço do Tempo lançou, em setembro de 2022, a 3.ª edição das Bolsas de Criação com o apoio do Banco BPI e Fundação “la Caixa”.

De acordo com a informação avançada na sua página oficial, esta iniciativa procura apoiar a sustentabilidade do percurso dos criadores, aumentando as oportunidades de apoio nas áreas da dança, teatro, performance e cruzamentos disciplinares. Nesta edição, foram atribuídas quatro bolsas no valor de 25 000€ cada, estando incluídas duas semanas de residência artística para finalização das respetivas criações e estreia das mesmas no ano seguinte, em Montemor-o-Novo, integradas no ETFEST.

A edição contou com 76 candidaturas, tendo sido admitidos/as criadores e criadoras com um mínimo de duas obras assinadas até à data de abertura das candidaturas e cuja primeira obra não fosse anterior a 2015.

O júri foi constituído por Gaya de Medeiros, John Romão, Maria João Guardão, Pedro Barreiro e Rui Horta.

Os/as criadores/as selecionados foram os seguintes:

Raquel S. (Noitarder), com o projeto “Descansar”, uma criação que procura estudar os cemitérios e as diferenças que perpetuam, que diluem e que uniformizam. Cemitérios que, nas palavras da criadora, “são lugares de memória e saudade, mas também lugares de esquecimento, estratificação social, e de repositório de uma forma literária expressiva, emotiva e desierarquizada: as palavras nas campas”. O júri valorizou a clareza da proposta e a investigação subjacente à concretização do projeto, bem como um percurso que tem valorizado a riqueza da documentação inerente aos projetos anteriores desta jovem encenadora.

O júri distinguiu também o coletivo Arraial Cósmico, composto por Ana Libório, Bruno da Silva e João Estevens com “Cosmic Phase/Stage”, uma obra que, segundo os autores, procura diluir as fronteiras entre o espaço da performance e da instalação, tornando-se um lugar de utopia e filosofia, uma reflexão da relação entre a arte e a tecnologia. Os elementos do júri valorizaram o carácter inovador, experimental e transdisciplinar deste projeto, alicerçado num forte percurso de investigação destes criadores.

Esta Bolsa de Criação foi também atribuída a Lara Mesquita, com o projeto “Que seria”, através de um imaginário que revisita Otelo, de William Shakespeare, onde as pessoas negras são as privilegiadas, sendo Otelo um homem branco que ambiciona esse privilégio. Segundo Lara Mesquita, a obra visa a desmistificação dos preconceitos raciais e a conscencialização do racismo e/ou práticas de discriminação e desigualdade. Na sua decisão, o júri considerou a originalidade, solidez e pertinência da proposta, bem como a qualidade do percurso da criadora.

Finalmente, o júri distinguiu o performer, curador e criador espanhol, radicado em Portugal, Julián Pacomio, com o seu projeto “Toda a luz do meio-dia”, uma investigação sobre o imaginário em torno da luz solar, a hora do meio-dia e as suas obscuridades. Nas palavras do autor, “Toda a luz do meio-dia é uma peça para as 12:00, sobre como trazer o meio-dia para um espaço interior, sobre a luz zenital do Sol e toda a sua mitologia associada”. O júri premiou a solidez da proposta, alicerçada em pressupostos claros e na qualidade da equipa artística, salientando igualmente a riqueza do ambiente transdisciplinar em que a mesma investe.

O Espaço do Tempo manifestou-se agradado  pela contínua adesão a esta iniciativa que, desde 2020, tem recebido inúmeras candidaturas que reforçam a qualidade de excelência dos criadores a concurso, tanto em Portugal como no estrangeiro. Importante também agradecer ao BPI e à Fundação “la Caixa” pelo significativo apoio que permite a concretização deste programa.

Os/as criadores/as selecionados na edição de 2021 das Bolsas de Criação, que  apresentarão o seu trabalho no ET FEST, a decorrer nos próximos dias 4 e 5, 18 e 19 de novembro, em Montemor-o-Novo, foram: Daniel Moraes e Ângelo Custódio (O Permuto); Francisco Lopes/Teatro Gíria (Vou Falar de Ti a Toda a Gente); Gaya de Medeiros (BAqUE – Contorno do Gosto); Gio Lourenço (Boca Fala Tropa); e Isabel Costa (O Som e a Fúria).

Fonte: O espaço do tempo 

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