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Quinta-feira, Abril 25, 2024

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Tribunal coloca doente psiquiátrico ao cuidado de instituição sem valência necessária para o acompanhamento em Reguengos de Monsaraz (c/som)

A Santa Casa da Misericórdia (SCM) de Reguengos de Monsaraz recebeu, decretado pelo Tribunal, um utente do foro psiquiátrico, área que os serviços da instituição não têm capacidade de dar uma resposta adequada, revelou o provedor à Rádio Campanário.

“Pela primeira vez temos aqui um utente com doença mental do foro da psiquiatria”, adiantou o provedor Manuel António Galante, esclarecendo que, “não havendo resposta, o Tribunal entendeu que nós o deveríamos acolher temporariamente”.

O provedor expressa a sua preocupação em torno da situação, considerando que nas valências da SCM de Reguengos de Monsaraz “não existe a resposta indicada para este jovem”, pois a instituição não tem técnicos na área da psiquiatria.

Manuel António Galante esclarece que, caso um utente necessite de apoio na área da psiquiatria, a Santa Casa da Misericórdia recorre a outras instituições que tenham uma capacidade de resposta adequada.

Embora a instituição tenha psicólogos, estes operam na área de psicologia, daí, o provedor considera ser “muito complicado ter que impor regras, e com o trabalho de psicólogo, não é compatível uma coisa com a outra”, acrescentou.

Questionado sobre a decisão tomada pelo Tribunal, Manuel António Galante indica que é motivado pelo “défice de resposta a nível nacional”, acrescentando que, “a ideia que passa por alguns desses decisores é de que fazemos milagres”, apontando às “questões económicas” como o motivo pelo qual nem sempre se dá a resposta mais adequada.

Segundo o provedor para uma boa resposta é preciso haver planeamento, de forma a “perceber o que é necessário haver no país e as pessoas serem encaminhadas para as respostas que são eficazes”, sustentando que, neste caso em específico, “se fosse acompanhado devidamente seria muito melhor para ele e para quem está com ele”, referiu.

Quanto à colaboração da Segurança Social, Manuel António Galante declara que a entidade “desconhece a realidade das situações” e “muitas vezes não sabe como responder”.

A Santa Casa da Misericórdia de Reguengos de Monsaraz já notificou as entidades competentes para a resolução do caso e brevemente vai “reforçar” esse pedido, avançou o provedor.

A instituição detém uma residência recentemente ampliada em capacidade de 12 para 20 utentes, tendo ainda um Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) que recebe diariamente 30 utentes, oriundos do concelho, ou encaminhados pelo Tribunal e pela Segurança Social.

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