10.4 C
Vila Viçosa
Quinta-feira, Abril 25, 2024

Ouvir Rádio

Data:

Partilhar

Recomendamos

Viana do Alentejo: Arte chocalheira abalada pela pandemia com quebras de 50% nas vendas

A venda de chocalhos em tempos de pandemia tem vindo a experienciar quebras na ordem dos 40% aos 50%, situação que não se agrava devido ao suporte do setor pecuário.

Os chocalhos foram classificados como Património Imaterial da Humanidade pela Unesco no ano de 2015, no entanto, esta arte que tem como sede o Alentejo, em Viana do Alentejo, veio ser abalada pelas repercussões da pandemia.

Segundo avança a TSF, a única casa a fabricar os chocalhos já reduziu os funcionários a metade e o cenário só não piorou porque o ano de chuva animou o investimento na pecuária, levando à compra de mais chocalhos para localizar o gado nas pastagens.

Declarações de Guilherme Maia, gerente da casa de Chocalhos Pardalinho, nas Alcáçovas, vêm a denunciar uma realidade pouco animadora para a continuação desta arte. “A pandemia acabou, de forma abrupta, com as feiras e com o turismo, o que nos prejudicou as vendas”, revela à TSF o gerente.

Sobretudo à boleia da promoção conferida pela classificação da Unesco, os turistas passaram a incluir a arte chocalheira nos seus roteiros pelo Alentejo. “Vinham ver como se faziam os chocalhos e acabavam por comprar”, acrescenta Guilherme Maia, que chegou a ter 12 colaboradores, mas hoje não vai além de seis.

A quebra nas vendas oscila entre 40% e 50% e só não vai a mais porque o setor pecuário tem sido a boia de salvação deste património imaterial. Explica o gerente que em boa hora a chuva regressou ao Alentejo, tendo contribuído para animar a atividade pecuária.

Recorde-se que os chocalhos correram o risco de extinção, mas a classificação da Unesco que lhes conferiu o estatuto de Património Imaterial da Humanidade e com Necessidade de Salvaguarda Urgente ajudou à sobrevivência desta arte secular.

Populares