“Se calhar os números estão certos, dentro deste contexto perceber que poderia este concelho receber 300 mil euros ou zero cêntimos, entendemos que se calhar era uma mais valia”. As declarações foram proferidas à Rádio Campanário pelo presidente da Cáritas Paroquial Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, padre Francisco Couto.
Numa entrevista conjunta Francisco Couto e a coordenadora do projeto “Desenvolver Mais em Parceria”, Anabela Consolado, falam sobre as atividades desenvolvidas ao longo de quase dois anos do programa de Contratos Locais de Desenvolvimento Social Mais (CLDS +) de Vila Viçosa.
O presidente da Cáritas Paroquial de Nossa Senhora da Conceição, quando instado a comentar os números afetos ao programa, e numa altura em que o presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa manifestou à Rádio Campanário, preocupação sobre a forma como tem decorrido o Programa Local de Desenvolvimento Social (CLDS+) de Vila Viçosa, diz que foi uma das primeiras pessoas a “protestar, manifestando que a maior parte das verbas dizia respeito, não à ajuda social mas a outro tipo de ajudas, contando também que este tipo de ajudas podem ajudar alguns desempregados ou gente que estivesse desempregada”, realçando, “os 194 mil euros estão corretos, dizem respeito aos nove técnicos que temos neste momento a funcionar dentro do projeto CLDS+, logicamente que o Estado nos veio dar dinheiro para dar às pessoas, para fazermos ações que ajudassem as pessoas a encontrar trabalho, a encontrar emprego, a criar estruturas que pudessem orientar as pessoas, a criar ações que pudessem abrir horizontes às pessoas e em certa medida que nestes dois anos pudéssemos ter um leque de opções onde algumas pessoas que procurem trabalho, e a legislação é clara, gente licenciada, ou, pela especificidade em algumas áreas, pudessem integrar esse projeto porque sem isso esse projeto não ia para a frente”.
Francisco Couto conta que até ao momento já se conseguiu dar trabalho a 38 pessoas, “conseguimos abrir horizontes a outras, conseguimos atingir quase 200 ou 300 pessoas com estas ações, não chega a nada mas também a resposta social, a empregabilidade no nosso concelho neste momento é nula e conseguir lutar para encontrar postos de trabalho, com certeza que não será a Cáritas, que está limitada também no espaço e nos números, a conseguir empregar toda a gente, mas é um pouco a resposta social que a própria Vila Viçosa, o seu concelho possam dar”.
Por sua vez, Anabela Consulado, coordenadora do projeto “Desenvolver Mais em Parceria”, explica pormenorizadamente as atividades desenvolvidas, ao mesmo tempo que clarifica que o projeto tem a obrigatoriedade de recair no desenvolvimento de ações onde “existisse um orçamento, as ações desenvolvem-se não só com despesas de funcionamento, muitas se desenvolvem com técnicos, pessoas afetas ao projeto e também com espaços”.
Anabela Consulado acrescenta, “nós quando elaboramos o orçamento, tivemos em conta o que estava estabelecido na legislação”.
“Houve também a necessidade de espaços e tivemos que recorrer ao aluguer, de rendas e temos que pagar pelos espaços onde as atividades se desenvolvem”, refere a coordenadora.
Recorde-se que Vila Viçosa foi o concelho do distrito de Évora que mais recebeu da Segurança Social, 275 mil euros, direcionados aos três eixos fundamentais; Emprego, formação e qualificação; Intervenção familiar e parental, preventiva da pobreza infantil e Capacitação da comunidade e das instituições.
As assinaturas do representante do Município de Vila Viçosa, presidente Manuel Condenado e o presidente da Cáritas Paroquial Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, Padre Francisco Couto, que efetivaram desta forma o CLDS+ deste concelho, aconteceram no dia 7 de março de 2014.
