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“2019 espera de nós uma sementeira de esperança”, diz Arcebispo de Évora no Concerto de Ano Novo na Sé da cidade (c/som)

No passado sábado, 12 de janeiro, a Sé Catedral de Évora recebeu um Concerto de Ano Novo, pela Capella Patriarchal, onde foram cantadas as Lamentações de quinta-feira Santa, de Frei Fernando de Almeida.

D. Francisco Senra Coelha, Arcebispo de Évora, afirma em declarações à RC, que “levamos do concerto a força […] de que temos uma missão de amor”, assim como um “convite à doação da nossa existência” servindo o semelhante.

O Arcebispo de Évora aponta que vivemos momentos de dor e apreensão, com destaque para os concelhos de Vila Viçosa, Borba e Alandroal, devido ao desmoronamento da Estrada Municipal 255 no passado mês de novembro. Desta forma, é “altura de todos nos abraçarmos, e fazermos acontecer o maior monumento que aqueles que partiram merecem de nós, a solidariedade fraterna, e a humanização da sociedade”.

 Após derrocada da estrada de Borba “é uma altura de cura interior, de todos nos abraçarmos”

 

O concerto que decorreu em Évora, teve como “grande tema a Quinta-feira Santa […], num dia em que Jesus deu a vida […] e disse que ficaria connosco para sempre”.

Tendo Jesus Cristo sido vendido por 30 moedas, aponta que também na sociedade atual, as “pessoas valem moedas aos olhos dos outros, nesta cultura em que somos convidados a apostar na humanização”.

João Vaz, maestro do grupo Capella Patriarchal, diz que este concerto de ano novo “é uma tradição que se tem vindo a manter”, nesta missão de “dar a conhecer obras sacras que estão adormecidas nos arquivos de bibliotecas do nosso país”.

No concerto do presente ano, foi apresentada uma obra do Frei Fernando Almeida “cujas obras estão na Biblioteca do Palácio Ducal de Vila Viçosa”.

As Lamentações de Quinta-feira Santa foram cantadas “pela primeira vez desde há muitos séculos”, tendo sido escritas na segunda metade do século XVII, e declamadas pela última vez no reinado do D. João V, no século XVIII.

“A aposta destes concertos é de fazer reviver este património da música sacra portuguesa”

 

Questionado sobe os reportórios ainda por explorar, aponta que existem “imensos”, havendo “alguns que não foram sequer descobertos ainda”, nomeadamente “nas bibliotecas, onde está o espólio dos antigos conventos”

O Cabido da Sé de Évora tem vindo a realizar estes concertos, em colaboração com a editora Althum, sempre centrado na música polifónica portuguesa dos séc. XVI-XVIII, em que se notabilizou a Escola de Música da Sé de Évora, e com ela a própria cidade.

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