Foi inaugurada no passado sábado, dia 5 de maio, a sede da Academia do Bacalhau de Estremoz (ABE), única academia do género no Alentejo.
Em declarações à Rádio Campanário, Francisco Ramos, presidente da ABE, afirma que este espaço era necessário, uma vez que a academia possui um espólio do qual “não se podia usufruir”.
Este é composto por elementos como troféus “de todo o mundo onde há academias de bacalhau, desde a Ásia às Américas”, representativos do intercâmbio existente entra as 59 academias de bacalhau existentes, 12 das quais em Portugal.
A academia que completa este ano 18 anos de existência, “funciona para a defesa das tradições, da portugalidade e da lusofonia, mas fundamentalmente para fazer solidariedade”, aponta o dirigente.
As academias do bacalhau têm um funcionamento idêntico, sendo que “só se fala português, só se bebe vinho tinto e em todas as reuniões de trabalho que são almoços ou jantares, tem que haver bacalhau”.
Este movimento surgiu há 50 anos em Joanesburgo (África do Sul), explica, originado por 4 portugueses, que objetivavam algo “que congregasse os portugueses”. Em Portugal, estes espaços apenas surgiram no pós 25 de Abril.
O espaço da nova sede da Academia do Bacalhau de Estremoz, foi cedido pelo município, sendo que o edifício será dividido com outras duas associações, explica à RC, o autarca estremocense Luís Mourinha.
Era “uma casa que estava degradada, pertence ao ministério da saúde e que nós tivemos o objetivo de fazer a recuperação”, com fundos municipais. Aquando do início das obras surgiram, por parte de instituições, pedidos de “um espaço onde pudessem desenvolver a sua atividade”. As associações que ocuparão o espaço, não são obrigadas ao pagamento de renda, ficando apenas “responsáveis pela manutenção do espaço” e pelas contas do imóvel.
O presidente do município aprecia o facto de estas instituições agora disporem de “um ponto de encontro dos seus associados com alguma dignidade, que melhorará sempre a sua atividade”, fator benéfico para o concelho.
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