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“O trabalho de segurança que a GNR faz” na Baja Portalegre “devia ser pago pelo Estado”, diz promotor (c/som e fotos)

A capital do Alto Alentejo acolheu esta quinta-feira, 25 de outubro, a cerimónia simbólica de partida da 32ª edição da Baja Portalegre 500, que será disputada nas estradas do Alentejo até ao dia 27, encontrando-se em prova 200 motas, 100 SSV e 100 carros,

A Baja Portalegre já surge no panorama internacional, “de longe”, como “a maior prova europeia”, afirma à RC Carlos Barbosa, presidente da ACP (Automóvel Clube de Portugal), entidade promotora do evento.

 “Isto é uma loucura, é a grande festa do todo-o-terreno, não há dúvida nenhuma”

 

Uma prova desta dimensão torna-se “muito cara por causa da segurança” necessária para evitar quaisquer riscos de acidentes, aponta o dirigente, não aconselhando alguém a organizar algo semelhante, por este fator. Desta forma, defende que “o trabalho excecional que a GNR faz todos os anos […] devia ser pago pelo Estado” como ocorre em provas semelhantes pelo mundo, sendo “considerado serviço público”.

“O trabalho de segurança que a GNR faz todos os anos […] devia ser pago pelo Estado”

Não sendo financiada por nenhum organismo estatal, a Baja conta com apoio dos municípios de Portalegre e da Ponte de Sor, sendo ainda financiada pelas inscrições. No presente ano, este valor foi aumentado para suportar os custos, contudo, “não posso pedir a um concorrente 1000 euros para participar numa prova destas numa mota”. No passado ano, a prova deu um prejuízo de 120 mil euros, esperando na presente edição “atingir o break even” (equilíbrio).

Inquirido sobre formas de renovar a prova, o presidente da ACP afirma que “apesar de o percurso ser muito parecido”, dispõe de alternativas, nomeadamente dentro dos próprios terenos que os proprietários “amavelmente” cedem, sendo sempre alterado um troço, e acrescentada “uma curca ou mais um caminho que foi encontrado”.

Adelaide Teixeira, presidente da Câmara Municipal de Portalegre, destaca à RC os benefícios para a promoção, e dinâmica da região e da sua economia, proporcionados pelo evento, apontando que “são centenas de milhares de pessoas que nesta altura vêm aqui a Portalegre”.

O evento que começou em Portalegre há 32 anos é acolhido pela população com “orgulho […], até porque faz já parte da entidade e da agenda desportiva” da cidade.

Ao longo dos anos, “o número de participantes tem crescido”, contando a presente edição com campeões do mundo, antigos e atuais, num leque de concorrentes oriundos de 24 países.

 “Toda a hotelaria e toda a restauração está esgotada aqui num raio de 100kms”

 

A iniciativa imprime dinâmica à região, surgindo como “uma forma de promover o nosso território, de mostrar o que temos de melhor” desde a gastronomia ao património.

O município apoia a ACP na organização da prova com “cerca de 100 mil euros”, avança a autarca, aponta que o “o retorno é muito superior” considerando o impacto não só no concelho, como na região.

Inquirido sobre as declarações do promotor Carlos Barbosa relativamente ao dever do Estado em apoiar estas iniciativas, o deputado Luís Testa, admite “que o Estado possa fazer um esforço para que esta prova possa ter uma projeção ainda maior do que aquela que já tem”.

O apoio estatal “é uma coisa […] que pode e deve ser estudada, e que eu obviamente estarei disponível também para contribuir para que esta prova atinja um outro patamar, e aí sim possa também ser suportada pelos cofres públicos”.

 “Se me perguntam se para a prova atingir outro nível é preciso o apoio do Estado, eu admito que sim”

 

Contudo, o deputado do PS na Assembleia da República, eleito pelo círculo de Portalegre, aponta ainda à RC que a “verdade é que a prova tem chegado a este nível, sem que o Estado tenha tido necessidade de empregar aqui muitos meios”.

Luís Testa destaca ainda o envolvimento de toda comunidade e sobretudos dos municípios, “que muito têm contribuído para que esta prova tenha a qualidade que tem”.

 

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