O alerta é dado pelo grão mestre da Confraria do Vinho de Talha de Cabeção, Vítor Marques. Como esta zona do concelho de Mora está fora das oito sub-regiões de vinho existentes no Alentejo, os produtores não estão autorizados a indicar no rótulo das garrafas que determinado vinho é de talha.
“Se a União Europeia se preocupa com as componentes do vinho, um consumidor que compre uma garrafa de vinho regional ou de vinho de talha tem direito de saber o que está comprar. E isso não nos é reconhecido”, lamenta, acrescentando que a estes produtores apenas é atribuída a classificação de vinho regional alentejano.
Vítor Marques alega que a produção de vinho de talha tem séculos na freguesia de Cabeção, sendo ele próprio proprietário de parreiras com mais de cem anos. “Não temos culpa de não ter sub-regiões, que quando avançaram nós já fazíamos vinho”, diz o grão mestre, enfatizando que o néctar que se faz por aqui tem “intervenção mínima”.
Ou seja, “é um vinho genuíno, puro sumo de uvas fermentado. Deixem-nos pôr no rótulo aquilo que é a verdade”, resume, enquanto continua a decorrer a 28ª Prova de Vinho Novo de Talha, até este domingo, juntando umas dezenas de produtores do concelho.