No ano de 2017, o presunto esteve presente em 66% dos Lares em Portugal Continental, representando 4,5 milhões de Kg e 60,1 milhões de euros movimentados, segundo a empresa germânico-americana de informação e pesquisas de mercado, Nielens.
À RC, o empresário Mário Arvana, responsável pelo departamento comercial e marketing, confirma o aumento no consumo deste produto alimentar com a “rotura de stock” verificada no presunto de porco preto na empresa líder no setor.
Contribuiu para isso, o processo de cura de 24 meses neste produto de porco preto, enquanto no presunto de porco branco a salga e a secagem “é mais fácil e mais rápido”, demorando entre 6 a 12 meses, acrescentou o empresário.
Questionado sobre que fatores influenciaram o aumento no consumo, Mário Arvana refere que “o presunto está, cada vez mais, ligado a uma alimentação saudável”, dos quais, “nutricionistas a recomendam o presunto em detrimento do fiambre” e a ligação à dieta paleolítica, que tem como base “o consumo de proteína animal, com menos aditivos”, algo verificado também por “colegas e concorrentes”.
O responsável sustenta a sua afirmação referindo que “ao comermos uma fatia de presunto sabemos o que estamos a comer: é carne”, enquanto o fiambre “ é um bocadinho de carne, 200 por cento de água e mais sojas, proteínas de leite e coisas que não são tao benéficas pra saúde”.
Quanto aos principais desafios para o setor, Mário Arvana indica a “taxa de IVA elevada”, pois passaram para o máximo cobrado (23%) e a preocupação com o sal, reconhecendo que “o sal faz mal à saúde, mas é essencial para a cura do produto”, relembrou.
Questionado sobre a competição no estrangeiro, o responsável afirma que o consumo aumentou, mas reconhece que “Portugal ainda está a aprender a produzir presunto, enquanto os nossos vizinhos espanhóis especializaram-se nisso”, embora considere que os produtores nacionais estão “num bom caminho”.