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Segunda-feira, Abril 29, 2024

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“A Cáritas de V. Viçosa não deixou de servir. Teve de se readaptar, mas nunca deixámos de prestar os apoios que damos, tanto a nível da alimentação, como da higiene”, referiu Pe. Francisco Couto, em entrevista à RC (c/som)

Em entrevista á Rádio Campanário, o diretor da Cáritas Paroquial de Vila Viçosa, Pe. Francisco Couto, abordou aos nossos microfones a resposta que a Cáritas de Vila Viçosa tem dado durante a pandemia COVID-19, os apoios dados à instituição e ainda o futuro.

Pe. Francisco Couto referiu que “a Cáritas ultrapassou este momento graças aos que trabalham nela. Quase todos os nosso funcionários e colaboradores se disponibilizaram para ajudar e têm estado na linha da frente, mesmo correndo todos os perigos devido a esta pandemia. Mas essa responsabilidade não lhes tirou o sorriso, mesmo que lhes traga alguma preocupação”.

O dirigente frisou que, mesmo com a pandemia, “a Cáritas não deixou de servir. Teve de se readaptar, de criar algumas contingências próprias, mas nunca deixámos de prestar os apoios que damos, tanto a nível da alimentação, como da higiene. Mas passámos dificuldades, porque a Cáritas é uma IPSS, vive daquilo que são os protocolos com o Estado e dos donativos, que são poucos, e com o Banco Alimentar também em certa medida a fechar portas, começaram a escassear alguns alimentos, também porque os pedidos de ajuda de famílias carenciadas aumentou e além do mais, com esta despesa extra que é toda esta panóplia de equipamentos e materiais de proteção individual que tivemos de adquirir são constantes gastos. Para se ter uma ideia, para alguém que esteja no terreno, precisa de três máscaras por dia, uma vez que elas resultam de um tempo de 4 a 6 horas, e fazendo as contas a cerca de 40 pessoas que temos no terreno, veja qual o consumo destas máscaras mais descartáveis. As outras estavam esgotadas no mercado e as encomendas que nós fizemos ainda nem chegaram e já fizemos há dois meses. Portanto essas têm sido as dificuldades que temos neste momento”.

Nesta fase mais delicada, a Cáritas recebeu vários apoios de empresas e particulares, como referiu o Presidente: “Tivemos várias ajudas, como da Delta Cafés, do Município de Vila Viçosa, a Segurança Social, uma ou outra empresa que trabalha com desinfetantes, e houve outras empresas e particulares que nos foram ajudando com ofertas e que nos ajudou muito no nosso trabalho”.

Sobre as notícias que contam que a Segurança Social poderá estar atrasada nos pagamentos ás IPSS´s, relatou que “em relação aos acordos estipulados, os pagamentos têm sido feitos. Quanto aos pagamentos aos nossos funcionários que estão de baixa, não tenho noção se já receberam ou não. Ainda estamos a tratar de documentos, porque eles normalmente processam os documentos do mês anterior no mês a seguir, portanto devem receber no início deste mês o pagamento referente ao mês passado”.

A RC teve conhecimento que uma funcionária tornou público nas redes sociais que tinha testado positivo à COVID-19, mas a RC soube que não apanhou o vírus na instituição, até porque tem estado em casa cuidando da filha. Pe. Francisco Couto corroborou as declarações, dizendo que “ela estava há mais de mês e meio de baixa a cuidar da filha e por isso não teve qualquer relação com a estrutura do lar, da ERPI, e todos os funcionários da ERPI tiveram negativo no teste realizado. Ela irá realizar na próxima semana o segundo teste”. Questionado sobre se os funcionários e colaboradores da Cáritas de Vila Viçosa já tinham realizado a despistagem ao coronavírus, o dirigente respondeu que “esta segunda-feira todos os funcionários e colaboradores, incluindo a própria direção realizou o teste e estamos agora a aguardar resultados, que devem chegar brevemente”.

Quanto ao futuro, Pe. Francisco Couto afirmou que “neste momento, estamos muito centrados para o momento atual, para aquilo que é a resposta imediata, e tentar que todos aqueles que estão no terreno saiam ilesos o mais possível desta situação. Neste momento, o desconfinamento não está a ser feito, continuamos com o mesmo trabalho. O futuro há de passar outra vez por estas medidas de proteção, termos mais cuidado no futuro, mesmo na forma como abordamos quer as casas, quer as pessoas, na forma como as servimos, talvez intermediando aquilo que era o antes e aquilo que é o atual”.

O dirigente deixou ainda um apelo: “apesar de ser o presidente da Cáritas Paroquial, não tenho de pedir só que ajudem a nós, mas sim a todas as IPSS´s da comunidade de Vila Viçosa, que prestam os seus serviços à população. Eu acho que entendo da parte das pessoas algum individualismo e o egoísmo, no sentido que pode se safar, pode não apanhar a doença, eu acho que o problema nem é esse, acho que é quem é que posso ferir com o meu comportamento. Por outro lado, esse nosso comportamento passa pela generosidade. Em trabalho com o Município, todas as IPSS´s colocaram um cabaz que pode ser enriquecido com a partilha de cada um, em todas as superfícies comerciais, no intuito de se isto acontecer de forma mais drástica, termos ali alguma segurança para ajudar  as pessoas com mais dificuldade e as próprias instituições, que viram os pedidos de ajuda aumentarem. Basta recordar que a maior parte das pessoas ficaram com os ordenados reduzidos, houve até mesmo despedimentos e de facto o rendimento para pagar as despesas básicas como água, luz, rendas de casa e alimentação não está a chegar”.

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