Espera-se que as regiões do Algarve e do Alentejo sofram na segunda metade este século, “uma redução de 50% da água disponível”, de acordo com Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), citado pelo jornal Público.
Segundo a mesma publicação, este alerta foi deixado durante o Encontro Nacional de Entidades Gestoras de Água e Saneamento (Seneg), realizado em Vilamoura.
O responsável adiantou também que no próximo dia 7 de dezembro, em Lisboa, será apresentado “um estudo nacional sobre disponibilidade de água em cada bacia hidrográfica, com base no cenário das alterações climáticas”, sendo este “o primeiro instrumento operacional integrado da gestão da água”.
Também presente no encontro esteve a WWF Portugal que recordou que “nos últimos 50 anos, multiplicou-se por dez o consumo de água na região algarvia”, repleta por diversas assimetrias: um litoral com relvados e culturas intensivas e um interior cada vez mais árido.
Já o vice-presidente da Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão, Gilberto Pereira, falou, segundo o jornal, sobre as dificuldades vividas nas plantações. “Plantar sobreiros é o mais fácil, difícil é criar as condições para que eles sobrevivam”, disse.
“A morte das árvores velhas até se pode considerar uma causa natural, mas o que nós observamos é que os sobreiros novos estão também a secar”, adianta ainda o responsável.
Uma das causas para este flagelo, segundo Gilberto Pereira, pode prender-se com os fogos e as alterações climáticas, que “poderão estar a contribuir para a morte acelerada do montado mas não explicam tudo o que se está a passar”, alerta.