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Alqueva: Estudo identifica cerca de 300 projetos de intervenção em regadios em Portugal

Um estudo sobre o regadio em Portugal identificou cerca de 300 projetos de intervenção em regadios, que vão beneficiar cerca de 500 mil hectares, envolvendo a modernização de perímetros existentes ou a criação de novas áreas regadas.

O Ministério da Agricultura revelou hoje que, neste diagnóstico, foram identificadas “intenções de intervenção, quer no âmbito da modernização e reabilitação de regadios existentes, quer em novos regadios”.

“No total, quantificaram-se cerca de 300 ações, que beneficiarão, aproximadamente, 500 mil hectares”, divulgou o ministério tutelado por Maria do Céu Antunes.

Coordenado pela empresa gestora do Alqueva, a EDIA, o estudo é intitulado “Regadio 20|30 – Levantamento do Potencial de Desenvolvimento do Regadio de Iniciativa Pública no Horizonte de uma Década”.

As conclusões deste trabalho foram hoje apresentadas em São Manços, no concelho de Évora, pelo presidente da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), José Pedro Salema, numa cerimónia presidida pela ministra da Agricultura.

Segundo o avançado pela Lusa, o objetivo do estudo foi fazer o levantamento, “em todo o país, das necessidades de investimento e do potencial de desenvolvimento do regadio coletivo eficiente”, para possibilitar a definição de “uma estratégia para a próxima década”, segundo o ministério.

“Verificou-se uma tendência de transformação de regadios tradicionais em novos regadios modernos”, com “elevado uso de tecnologia, cada vez mais eficientes e associados a uma maior garantia de água”, indicou o Ministério da Agricultura.

No interior da região Norte, constatou-se “uma necessidade de desenvolver novos regadios, permitindo o desenvolvimento da atividade agrícola em regiões vulneráveis e deprimidas demograficamente”.

De acordo com as conclusões, na região Centro, “é necessário promover os novos regadios e é urgente promover a reabilitação e modernização dos regadios existentes”.

Os regadios privados existentes na região de Lisboa e Vale do Tejo “apresentam uma grande importância socioeconómica”, pelo que é “importante proceder à sua integração em regadios coletivos”.

E “os regadios públicos mais antigos necessitam de ser intervencionados, no sentido de aumentar a eficiência do uso de recursos hídricos e melhorar a monitorização, automatização e gestão”, acrescentou o ministério.

Quanto ao Alentejo, o Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA) é apontado como “um caso de sucesso”, aconselhando-se a expansão do regadio, “quando possível”.

“Paralelamente, existe um conjunto de perímetros com idade avançada, mas de grande tradição e importância socioeconómica”, o qual requer intervenções “de forma robusta”.

As intervenções a realizar no Algarve passam, sobretudo, “pela integração de regadios privados existentes, abastecidos por origens subterrâneas, em regadios coletivos abastecidos por origens de superfície”.

Outra das conclusões é a de que “será necessário promover projetos que apresentem uma maior independência energética”, ou seja, que utilizem fontes renováveis, como centrais fotovoltaicas.

O estudo defende ainda que, “sempre que possível”, os projetos de novos regadios devem “ser de fins múltiplos”, para que, além de reforçar a garantia de abastecimento público e industrial, os planos de água “permitam a produção de energia fotovoltaica, a sua utilização no combate a incêndios florestais e a criação de faixas de renaturalização e de atividades de lazer”.

O estudo, elaborado pela EDIA a pedido do Ministério da Agricultura, contou com a colaboração de diversos organismos e associações e vai estar em consulta pública durante um mês.

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