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Segunda-feira, Abril 29, 2024

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“Antigamente o Natal vivia-se com mais amor; hoje, o pior, são os lugares vazios à mesa” diz Rosália Dias(c/som)


O Natal está à porta e por estes dias a azáfama toma conta das famílias do Alentejo.

Procuram-se os presentes certos, prepara-se o menu da consoada, escolhem-se os doces, há muita coisa a fazer mas o espírito natalício que se sente é sobretudo marcado por valores como a união das famílias, a partilha, o amor e respeito ao próximo.

Apesar dos anos que vão decorrendo, estes são valores que não passaram de moda e ainda são o principal desta quadra para muitas pessoas.

Maioritariamente para quem a idade traz, sobretudo, uma grande experiência de Vida e sobretudo uma memória repleta de recordações do natal de outrora.

Se as dificuldades económicas que existiam antigamente não impediam a celebração desta época, hoje, com uma conjuntura diferente, o Natal é vivido de outra forma.

Apesar disso, as recordações permanecem e nesta altura do ano são sempre origem a alguma “nostalgia”.

Rosália Dias tem 69 anos e na sua “bagagem de vida” traz momentos muito felizes, especialmente a forma como viviam o Natal em sua casa.

O principal, conta-nos “era a família juntar-se toda e isso só por si já era uma grande festa”. A noite começava com um jantar, a ida à missa do galo e depois a ceia do senhor. Naquela época, o jantar era carne frita, bacalhau e não faltava o habitual tronco de natal“, pratos que a marcaram e que ainda hoje lhes sente o “cheiro e o sabor”.

Rosália Dias sente que naquela altura as pessoas viviam o Natal de “uma forma mais humana, muito mais sentido“e para isso muito tem contribuído a “vertente mais comercial dada a esta época”.

As prendas, em sua casa, só eram abertas depois da missa do galo e os presentes variavam entre “bombons, pijama, meias, cachecol”, pouco mas que para nós tinha um grande significado.

Cantar ao menino também fazia parte da noite de Natal e aí cada um apresentava o melhor que sabia e podia.

Hoje, tudo é diferente mas o que mais tristeza lhe dá é “as gerações começam a acabar e cada vez somos menos e esta é o pior, quando falta alguém à mesa.”

A Rosália Dias restam as boas recordações e memórias muito felizes que vai tentando transmitir às gerações mais novas da sua família porque apesar de diferente, para Rosália Dias o Natal continua a ser uma época muito importante e especial.

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