José Patacho é um nome de referência no concelho de Alandroal. Não há quem não o conheça ou quem não realce o seu talento inato para a poesia popular. Natural de Santiago Maior, tem 83 anos e hoje apresentava um brilho no olhar e uma expressão de pura felicidade pela concretização de um sonho, que só foi possível graças ao Município de Alandroal.
José Patacho, Poeta Popular, apresentou esta tarde, no Fórum Cultural de Alandroal o seu primeiro livro, “Trago nesta viagem o arquivo da minha memória”, uma obra onde conta a história da sua vida, através daquilo que mais gosta de fazer: poesia.
A Rádio Campanário esteve presente e falou com José Patacho que nos contou de onde surgiu o gosto por esta arte. Diz-nos “um livro é sempre um companheiro, um amigo verdadeiro que temos e eu dou muito valor a um livro e este é muito especial para mim.”
Conta-nos que “aos 13 anos era tocador de concertina e os mais velhos iam buscã-lo a casa para que ele pudesse animar as tabernas e daí surgiu o meu interesse pela poesia; via os mais velhos fazerem versos e comecei a tomar-lhe o gosto.”
O gosto por esta arte também não lhe era estranho pois “já vinha de família.” Nunca fez dela a sua principal profissão mas mesmo nos anos em que foi motorista de autocarros “surpreendia colegas e passageiros, tinha sempre um verso ou umas quadras para dizer.”
Questionado pela Rádio Campanário qual a sua fonte de inspiração, explica-nos “o Alentejo está sempre nos meus trabalhos, é a minha verdadeira inspiração” acrescentando “para mim poesia é cultura , e sempre a defendi.”
O Autor da obra hoje apresentada destaca ainda a importância de preservar esta arte e de a transmitir aos mais novos “sempre que sei onde está uma criança desafio-a a participar com os mais velhos em encontros de poesia.”
José Patacho refere com orgulho “tenho 561 poesias de quarenta pontos” e garante “a poesia é mesmo o amor da minha vida e viverá em mim para sempre.”
