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Beja recebe conferência “de uma ‘coutada para porcos monteses’ à monocultura superintensiva”

De uma ‘coutada para porcos monteses’ à monocultura superintensiva: para uma história das pessoas e da paisagem do Alentejo é o tema da conferência que será proferida por Maria Antónia Pires de Almeida (investigadora integrada do CIES, ISCTE, Instituto Universitário de Lisboa), dia 19 de maio, às 21h30, no Auditório da EDIA, em Beja, com entrada livre.

A iniciativa, insere-se no ciclo de conferências Terra e Paisagens no Sulorganizado pelo Município de Beja, EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, S.A e Direção Regional de Cultura do Alentejo, com o apoio da Associação de Defesa do Património de Beja e da Universidade Sénior de Beja.

A conferência será também transmitida em direto pelo canal do Youtube da empresa EDIA, SA, AQUI.

Há séculos que as obras de hidráulica agrícola são apresentadas como a solução para todos os problemas do interior de Portugal. As Leis das Sesmarias já revelavam que a  autossuficiência alimentar era um objetivo a alcançar, fixando as pessoas à terra e obrigando ao seu cultivo, assim combatendo o despovoamento. A obra de Severim de Faria (1655) é um dos primeiros exemplos de um diagnóstico das
dificuldades da agricultura, sobretudo a alentejana, que, por falta de gente e de capitais era deficitária na
produção de trigo. Numa região de culturas de sequeiro, onde o montado era predominante, o Alentejo como “celeiro de Portugal algum dia” foi apresentado por Soares de Barros em 1789 e retomado no início do século XX por Salazar. O autoabastecimento alimentar foi um objetivo do Estado Novo, que colocou em
prática uma política agrícola baseada em Campanhas do Trigo, Colonização Interna, hidráulica agrícola com a construção de barragens, e florestação. Com a transição para a Democracia, o Alentejo foi palco de uma Reforma Agrária e do seu reverso, e posteriormente da inserção da sua agricultura na Política Agrícola Comum. Analisa-se aqui a estrutura social da região e a sua evolução demográfica perante estas políticas, assim como as alterações na paisagem e nos sistemas de produção.

Fonte: DRCA

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