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Borba: António Anselmo reage à entrega de pelouros do vereador da CDU, Joaquim Serra (c/som)

Como a Rádio Campanário avançou esta quarta-feira, dia 15 de junho, o vereador da CDU na Câmara Municipal de Borba, Joaquim Serra, vai entregar os pelouros no final do mês de junho, supostamente em desacordo com a atitude presidencial de António Anselmo.

Recorde-se que depois das eleições autárquicas de 2013, o executivo camarário do concelho de Borba, ficou constituído por dois elementos do MUB – Movimento Unidos por Borba (António Anselmo e Joaquim Espanhol), um elemento do PS (Jerónimo Cavaco), que foi substituído por Nelson Sousa em julho de 2014, um elemento do PSD (Benjamim Espiguinha) e um elemento da CDU (Joaquim Serra), levando a que os eleitos do MUB tenham ficado em minoria.

Depois da tomada de posse e passados seis meses, em maio de 2014, os eleitos pelo movimento independente MUB formaram uma aliança com a CDU, tendo convidado o vereador Joaquim Serra, para exercer funções a meio tempo tendo-lhe sido atribuídos pelouros.

A Rádio Campanário falou com o presidente da Câmara Municipal de Borba, António Anselmo que confirmou que o vereador Joaquim Serra já lhe apresentou a sua decisão, no dia 3 de junho, “dizendo que havia algumas coisas que ele entendia que não eram respeitáveis relativamente às competências de cada pelouro”, tendo-lhe dito António Anselmo que “a partir do dia 30 (junho) estamos entendidos”.

António Anselmo diz que tem a perspetiva e nunca escondeu nada a ninguém, que trabalha “de uma forma muito clara em prol da minha terra. Como eu trabalho, todos os vereadores com pelouros, também trabalham pela terra deles. As coisas têm que ser práticas e que não impeçam de forma nenhuma o funcionamento normal”, afirmando que “nunca ultrapassei ninguém, pelo contrário, (…) parece-me que os partidos têm as tendências próprias dos timings políticos, se houver alguma coisa que eu tiver que dizer em termos de fundamentar, se calhar com aqueles comunicados muito grandes que fazem os partidos, eu vou-me virar”.

Instado sobre se a atitude de Joaquim Serra se prende com o facto de se aproximarem as eleições autárquicas, refere que não diz que será por esse motivo, “o que digo é que os partidos têm esse tipo de atitude (…) entendo perfeitamente que para o partido comunista, um partido que eu respeito muito, têm normalmente timings, os processos eleitorais, os partidos estão preparados, sabem essas coisas melhor do que ninguém”.

Acrescenta que o MUB ganhou as eleições em Borba “de uma forma não maioritária, dois contra três (…) ao longo destes quase três anos temos tido a melhor relação possível em termos de funcionamento com o PSD, com o PS e a CDU, a partir do momento em que as pessoas entendem que não devem pertencer ao executivo ou ter que liderar alguma responsabilidade, é um problema das pessoas (…) como costumo dizer, há casamentos e pode haver grandes uniões e depois há grandes divórcios, mas aqui não há um grande divórcio nem uma união (…)”.

Indagado sobre o facto já ter admitido ao vereador Joaquim Serra que se tinha excedido algumas vezes, intervindo nos pelouros que eram da competência do vereador da CDU, refere que “nunca houve sobreposição nenhuma, poderá haver necessidade de resolver de imediato e não necessidade de resolver de acordo com alguns timings ou conveniências, as coisas por mim estão resolvidas (…)”.

Sustenta que devemos “ter a noção da dimensão das coisas e a dimensão resume-se na responsabilidade (…) os políticos têm atitudes muito pensadas, muito estruturadas e não vale a pena falar noutras coisas (…)”.

António Anselmo diz que ao ser eleito assumiu todas as dificuldades da Câmara Municipal de Borba, nomeadamente as taxas máximas do PAEL, embora tenha sempre percebido que “o vereador Serra tinha postura de votar sempre contra e votou sempre contra, mas eu estou tranquilo, neste momento são duas pessoas que ganharam as eleições minoritariamente (…) e com toda a dignidade do mundo cá estou disposto a assistir àquilo que é importante para a minha terra (…) não estou muito preocupado com quem ganhou”.

Questionado, o presidente da Câmara Municipal de Borba descarta que tenha tido atitudes presidencialistas, mas sim “atitudes de responsabilidade, naturalmente que as pessoas adultas falam umas com as outras (…) como costumo dizer, houve um casamento, e as coisas durante o casamento foram andando, umas vezes bem outras vezes mal e chegou-se a uma conclusão, que da parte dele não havia hipótese nenhuma (…) que esses partidos com responsabilidades muito grandes, assumam a responsabilidade que têm perante o concelho de Borba”.

Instado sobre como pensa gerir o município borbense estando novamente em minoria, António Anselmo refere que está “tranquilo, todo o trabalho que tenho feito em Borba tem sido feito com muita objetividade, não vale a pena dizer que a culpa é do passado, neste momento quem está somos nós, eu sou o presidente”, pelo que pensa continuar a governar os destinos de Borba “com bom senso, com bom trabalho, muito suor, que é aquilo que nós estamos a fazer. Poderá ser duvidoso, poderá ser contestado, mas é tudo o que tem que ser feito em Borba neste momento”.

Admite que “Borba é uma terra pequena com 7 300 habitantes, cheia de dívidas que nós estamos a pagar todos os dias com toda a tranquilidade e com todo o sacrifício dos borbenses, nomeadamente as taxas mais altas e estou tranquilo com aquilo que estou a fazer”.

Se pensa convidar outro vereador para ocupar os pelouros deixados por Joaquim Serra, o autarca refere que após as eleições autárquicas de 2013, convidou o vereador Benjamim Espiguinha que não aceitou, não pretendendo convidar ninguém neste momento, salientando que no município “estão cinco pessoas adultas que são de Borba e querem o melhor para Borba, aquilo que for discutido em termos de reunião de câmara, essas pessoas decidem aquilo que entenderam de bom ou mau para Borba”.

Questionado sobre se tem intenção de se voltar a candidatar nas próximas eleições, expressa que depois se verá “porque os movimentos são mais complicados do que os partidos, têm pessoas que pensam de uma maneira e depois em termos de intenções e programáticas, é uma coisa e o que nós queremos é outra coisa, é aquilo que se pode fazer, para mim tem sido uma aprendizagem muito grande (…) se pensarmos em avançar, naturalmente que o teremos que fazer, é evidente que as pessoas se vão manifestar, se o fizerem de uma forma positiva, melhor para Borba”.

Indagado, caso venha a ser convidado por um partido para se candidatar, se aceita, António Anselmo diz que provavelmente não, porque não está preocupado com o futuro, “mas sim com este projeto que muitas vezes é obrigado a andar de uma forma menos objetiva por várias necessidades de dinheiro (…) eu estou preocupado em trabalhar para Borba como sempre trabalhei”.

         

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