O incêndio que abalou Odemira, deixou um rastro de destruição e obrigou centenas de pessoas a evacuar as suas habitações, a Escola EB 2 3 de São Teotónio desempenhou um papel crucial como abrigo para aqueles que viram as suas vidas afetadas pelo fogo. Até recentemente, a escola ainda abrigava 180 pessoas desalojadas.
Numa entrevista com a RC, Isabel Palma Raposo, vereadora da Câmara Municipal de Odemira, lançou luz sobre a situação e os esforços em curso para ajudar aqueles que foram impactados por esta calamidade.
“Relativamente ao acolhimento, há as ZCAPS – Zonas de Concentração de Apoio à População, que são sempre ativadas quando há situações de incêndio ou de catástrofes, portanto, independentemente de sabermos se vamos ou não ter pessoas, elas são imediatamente ativadas e foi o que aconteceu”, explicou Isabel Palma Raposo. A Escola de São Teotónio foi rapidamente identificada como local de acolhimento, onde os afetados pelo incêndio puderam encontrar abrigo.
Durante os primeiros dias do incêndio, à medida que as chamas se aproximavam das habitações, muitas pessoas tiveram de deixar as suas casas por uma questão de segurança. No entanto, a maioria conseguiu regressar após a fase crítica do incêndio ou após o rescaldo. Isabel Palma Raposo ressaltou a diversidade de situações enfrentadas pelas pessoas e explicou que “temos várias situações diferentes, de acordo com a ocupação que as pessoas estavam a fazer daquele território naquele momento.”
Com as operações de resgate e assistência sendo cuidadosamente coordenadas, as ZCAPS foram encerradas na quarta-feira, refletindo um progresso significativo na gestão desta crise imprevista. No entanto, o incêndio deixou muitos desalojados e resultou em perdas de habitação e meios de subsistência para alguns. Isabel Palma Raposo explicou que a Câmara Municipal está empenhada em lidar com as consequências a longo prazo desta tragédia, “relativamente à perda de habitação, nós ainda estamos a fazer o levantamento dos dados, apesar de já sabermos que há pessoas que realmente perderam a sua habitação.”
A vereadora salientou que os serviços municipais estão a trabalhar para avaliar as necessidades de habitação das pessoas afetadas e para fornecer o apoio necessário. “Agora os serviços municipais, juntamente com o levantamento, estamos a fazer o levantamento para entregar um relatório à CCDR, para ver quais são as linhas de financiamento que pode haver com estas pessoas que perderam os seus bens, as suas habitações ou até mesmo os seus negócios”, acrescentou.
À medida que Odemira começa a se recuperar desta tragédia e a comunidade se une para apoiar aqueles que foram afetados, a Câmara Municipal está focada em garantir que as pessoas afetadas recebam o auxílio necessário para reconstruir as suas vidas e restaurar a normalidade. “Cabe a nós, percebermos até haver os apoios, até haver efetivamente uma construção, de que forma é que nós podemos apoiar estas pessoas até elas poderem definitivamente regressar às suas casas”, afirmou Isabel Palma Raposo.