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Carta arqueológica vai reunir património cultural subaquático do litoral alentejano

PPorto dos Museus

O património cultural subaquático do Alentejo Litoral vai ser recuperado e inventariado e constar de uma carta arqueológica, a elaborar no âmbito de um projeto da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

De acordo com os promotores, o projeto, intitulado “Um Mergulho na História” (UMH), vencedor do Orçamento Participativo Portugal (OPP) 2018, vai permitir caracterizar, ao longo de dois anos, os vestígios arqueológicos do património cultural náutico e subaquático da região do litoral alentejano.

O objetivo é “elaborar uma carta arqueológica subaquática” onde vão ser identificados “os sítios e os vestígios de arqueologia náutica subaquática”, explicou hoje à agência Lusa António Batarda, chefe da divisão da DGPC dedicada ao património arqueológico.

“Há muito trabalho feito já em arquivo, mas também a partir de dados que são adiantados pela comunidade ribeirinha, como pescadores, mergulhadores, pessoas que frequentam a praia e associações locais, que vão dando conta de algumas descobertas”, indicou.

Segue-se uma “fase de validação e de visita a alguns sítios” e “de georreferenciação” para que, com estas ferramentas, seja possível “construir uma carta para esta região” que “identifique estes vestígios de arqueologia náutica subaquática”, adiantou o responsável da DGPC.

Com uma dotação financeira de 300 mil euros, estão previstas “dezenas” de missões de prospeção e de localização de sítios arqueológicos submersos nos concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines, no distrito de Setúbal, e Odemira (Beja).

Segundo o coordenador, o processo passou por “várias fases” e, em 2020, depois de assinado o protocolo de colaboração entre a DGPC e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), surgiram momentos de “incerteza”, devido à pandemia de covid-19, que impediram o seu desenvolvimento.

O projeto UMH é oficialmente apresentado esta sexta-feira, em Alcácer do Sal, durante um ‘workshop’ de arqueologia fluvial que, durante três dias, vai reunir especialistas nacionais e estrangeiros nesta área.

“Já existem alguns trabalhos que estão a ser feitos no litoral alentejano”, como campanhas de “prospeção geofísica” no rio Sado e de “trabalhos arqueológicos” na zona de Tróia, mas “é a partir de agora, com a cerimónia de lançamento, que o projeto arranca oficialmente”, explicou o responsável.

Também na Lagoa de Melides, no concelho de Grândola, “participámos na identificação dos destroços arqueológicos de um navio holandês do século XVII”, em 2021, indicou.

O projeto da DGPC engloba também o desenvolvimento de um sistema de informação geográfico que suporte os processos de decisão e gestão do património cultural subaquático do Alentejo e o registo de análise e inventariação dos sítios arqueológicos do litoral alentejano.

Outros dos objetivos são a caracterização dos vestígios arqueológicos relacionados com o património cultural náutico e subaquático decorrente dos trabalhos de campo, a criação de conteúdos em formato digital, virtual e realidade aumentada e a participação e o envolvimento com as comunidades locais.

Na vertente de ensino, está igualmente previsto “proporcionar formação e treino em arqueologia náutica e subaquática a alunos do ensino superior” da Universidade Nova de Lisboa e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

O projeto é desenvolvido com o apoio dos municípios de Alcácer do Sal, Grândola e Sines, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Instituto de Arqueologia e Paleociências da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Universidade de Évora e Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

C/Lusa

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