15.4 C
Vila Viçosa
Sábado, Abril 27, 2024

Ouvir Rádio

Data:

Partilhar

Recomendamos

Central nuclear de Almaraz coloca em risco região de Portalegre. “Temos aqui uma situação de perigo iminente”, diz ambientalista Nuno Sequeira (c/som)

Apesar de há muito se pedir o encerramento da central nuclear espanhola de Almaraz a funcionar desde a década de 1980, o certo é que continuam as recargas de combustível, colocando em perigo, para além da região espanhola também os distritos de Castelo Branco e Portalegre.

Situada junto ao Rio Tejo, a central nuclear de Almaraz deveria ter sido encerrada por não cumprir as normas de segurança, nomeadamente a inexistência de válvulas de segurança para impedir uma explosão de hidrogénio, exigência das autoridades e dos reguladores europeus, depois do acidente japonês.

Uma situação que a Quercus tem acompanhado de perto.

Em declarações à Rádio Campanário, Nuno Sequeira da associação ambientalista de Portalegre, referiu que esta situação é preocupante porque “há vários anos que a central tem um final de vida previsto, apresentava alguma esperança que pudesse haver um encerramento da central em 2010, mas infelizmente o Governo espanhol acabou por prolongar o período de vida dessa central, durante mais dez anos e portanto neste momento temos uma central com o final de vida expectável para 2020, o que se passa é que esta central é a mais antiga que existe em território espanhol e tem vindo a apresentar uma situação muito preocupante em termos de segurança, está muito obsoleta, com material velho e com problemas ao nível dos testes de resistência que tem sido efetuados e para além disso é uma central que se situa muito perto da fronteira portuguesa, a cerca de cem quilómetros (…) e por outro lado é refrigerada por um afluente do Rio Tejo, temos aqui uma situação de perigo iminente que no caso de existir um problema como um acidente radioativo (…) Portugal poder vir a estar numa situação muito vulnerável quer por uma eventual contaminação do ar, quer também pela eventual contaminação da água, uma vez que o Rio Tejo corre invariavelmente de Espanha para Portugal”.

Nuno Sequeira diz ainda que se espera que o Governo português, “que agora iniciou funções, exerça uma forte pressão junto do Governo espanhol para que encerre o mais breve possível esta central (…) os anos vão passando e o Governo espanhol acaba por não dar uma data exata, para o encerramento daquela central (…)”.

O ambientalista da Quercus salienta que “todos os países mais desenvolvidos têm estado na vanguarda do desenvolvimento económico europeu, têm todos eles, um projeto para irem eliminando gradualmente o nuclear, Espanha tem também esse plano mas com a crise económica, o Governo acabou por não ter a coragem de encerrar a central (…) evidentemente que a central cumprirá na teoria os prossupostos contudo há problemas que tem a ver com os fatores de risco que não são considerados nessas normas legais (…) os sismos, a sabotagem, atos terroristas são fatores que não são contemplados nos testes de segurança”, acrescentando, “tudo isto agravado com o fator de ser uma central já antiga e com material já em desgaste e evidentemente que as associações portuguesas e espanholas todos os anos fazem uma manifestação junto à central para reivindicar o seu encerramento”.

Populares