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Centro Comercial às Portas de Avis vai avançar porque “é a melhor opção para Évora em relação aos outros centros comerciais”, diz Carlos Pinto de Sá (c/som)

O Presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá continua a defender que um centro comercial no centro histórico da cidade continua a ser a melhor opção porque “causará menores impactos negativos”.

Recorde-se que o município eborense emitiu uma licença especial para a conclusão das obras de construção do Centro Comercial Évora Shopping, empreendimento comercial inacabado na zona de Almeirim, à nova detentora, a Ares Capital, uma empresa sediada no Dubai, que pretende ter o espaço disponível ao público, nos primeiros meses de 2017.

Em entrevista à Rádio Campanário, Carlos Pinto de Sá declara que apesar disso, mantem-se aberto o concurso para a venda de terrenos junto às Portas de Avis, para a instalação de uma superfície comercial porque foi a decisão que resultou “da discussão pública e da aprovação dos órgãos autárquicos”, salientando que “está a decorrer o prazo onde as empresas poderão analisar e porventura candidatar-se a este terreno, vamos aguardar até que o prazo conclua para saber se temos ou não concorrentes”, assegurando que “haviam interessados, intenções (…) se serão ou não concretizadas, não sei (…)”.

Assevera que os concorrentes têm mantido o interesse e têm solicitado informações, pelo que “o processo continua”.

Relativamente ao Évora Shopping, o autarca confirma que a empresa sediada no Dubai, e “que adquiriu aquela infraestrutura inacabada, apresentou na câmara toda a documentação necessária para prolongar a licença que já existia, e de acordo com a lei, foi prolongada”, referindo que nas reuniões com a autarquia, a empresa “manifestou a intenção de concluir a obra e abrir durante este ano ainda (…)”.

No entanto Carlos Pinto de Sá afirma que foi transmitido a essa empresa “a preocupação com o centro histórico”, um centro comercial “quanto mais afastado for do centro histórico, maior impacto negativo terá, por isso nos agradaria algo que estivesse próximo do centro histórico, mas não tendo a câmara possibilidade de intervir nesta matéria, tentará depois minimizar os efeitos”. Acrescenta que a empresa “se disponibilizou a ir falando com a câmara sobre estas matérias”.

Instado sobre as anteriores declarações à Rádio Campanário de que Évora não comportaria dois centros comerciais, o autarca diz que as declarações foram proferidas “não tanto enquanto presidente de câmara mas mais enquanto economista”, reafirmando, “tenho largas duvidas que haja mercado para suportar dois centros comerciais com a dimensão dos que estão projetados (…) infelizmente as autarquias não têm qualquer possibilidade de intervir neste processo (…)”.

Questionado sobre a venda de terrenos da autarquia para a instalação do centro comercial às Portas de Avis, declara que depois de uma discussão, “entendemos que esta era a melhor solução para Évora e por isso é que avançamos com o projeto e mantemos essa ideia, agora naturalmente os promotores é que terão que avaliar os seus investimentos, estamos a falar de investimentos na ordem de dezenas de milhões de euros e os investidores terão que avaliar as condições de mercado, as várias condições que se lhes colocam para saber o que é que hão-de avançar ou não. Ao município cabe olhar a situação, alertar para aquilo que são as nossas preocupações sobre estas matérias, intervir naquilo que é da nossa competência, que é pouco, apenas o licenciamento, praticamente (…)”.

Carlos Pinto de Sá afirma que a Câmara de Évora não vai recuar e que a venda de terrenos se mantem, “porque a discussão foi feita e mantemos que o centro comercial às Portas de Avis é a melhor opção para Évora em relação aos centros comerciais. Esta é a nossa posição que transmitimos à outra empresa”, admitindo que “com grande dimensão”, a cidade não suporta as duas superfícies comerciais, “mas isso é um problema que terá que ser o mercado a resolver, uma vez que nos foram retirados os instrumentos que as autarquias em determinado tempo dispuseram para poder pronunciar-se sobre estas questões”.

Indagado se um centro comercial era mau para os comerciantes do centro histórico de Évora, se dois não será ainda pior, admite que “essa é uma opinião que temos relativamente à globalidade dos centros comerciais e a forma como têm sido implantados, a nossa posição sobre isso é clara, o que entendíamos é que os centros comerciais, com outras características deveriam estar dentro dos centros urbanos e animarem os centros urbanos, e se a câmara tivesse instrumentos do ponto de vista urbanístico e recursos para o poder fazer, essa era a opção que teria tomado, um centro comercial a céu aberto no centro urbano de Évora. Era possível, era compatível, acontece com outras cidades por essa Europa fora, infelizmente em Portugal essa possibilidade está vedada aos municípios, de serem promotores dessa iniciativa e nessa medida temos que procurar minimizar as outras opções (…) para minimizar os outros impactos, quanto maior for a proximidade de um centro comercial ao centro histórico, melhor”.

Carlos Pinto de Sá salienta que a câmara continuará a acompanhar a situação e a “defender o que a realidade nos põe em cima da mesa a cada dia que passa”.

Quando perguntado se a proximidade ao centro histórico é o único beneficio do centro comercial às Portas de Avis, e se não existem outros interesses, garante, “com a configuração económica que temos e com a forma que as leis económicas assumem, entendemos que Évora mais cedo ou mais tarde terá um centro comercial, a câmara não tem instrumentos que possam impedir ou viabilizar, ou tomar qualquer decisão sobre isso (…) vindo Évora a ter um centro comercial (…) deveria ficar perto do centro histórico, é isso que defendemos e é por isso que desencadeamos o processo que está em curso e não é por agora ter havido novos desenvolvimentos que alteramos a nossa posição relativamente a essa matéria, e entre um e outro o que ficar mais perto do centro histórico e que fizer a maior ligação ao centro histórico, é aquele que causará menores impactos negativos no centro histórico”.

 

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