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Sexta-feira, Novembro 1, 2024

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Chefes no Alentejo voltam a cozinhar com o tradicional forno de lenha

Os chefs Miguel Laffan, Alexandre Silva e André Ribeiro juntaram-se no Torre de Palma Wine Hotel, em Monforte, para voltar a cozinhar com recurso ao forno a lenha. Este equipamento comunitário, em tempos utilizado para cozer os pães que alimentavam os trabalhadores daquela herdade, foi palco da quinta edição da “Casa do Forno” e aguarda novas edições, com datas a revelar em breve.

Horas antes do início do almoço da quinta edição da “Casa do Forno”, no hotel rural Torre de Palma, o ar do restaurante Palma já era perfumado pelo aroma a lenha, liderado pelo chef Miguel Laffan. O forno foi aceso quase três dias antes, com lenha de eucalipto, para garantir que atingiria a tempo e horas a temperatura desejada de 350 graus, de forma a que o chef André Ribeiro (do restaurante Callum, em Oleiros) pudesse iniciar a confeção do cabrito.

“Trabalhar aqui é espetacular, porque no forno a lenha temos de utilizar as brasas e a lenha para aumentar ou diminuir a temperatura. É a primeira vez que estou a fazer cabrito estonado num forno com estas caraterísticas”, afirma o chef que há 10 anos se dedica a este prato típico da zona de Oleiros (Castelo Branco). “Estonado é um termo técnico de cozinha que significa tirar o que está à tona, neste caso, o pelo do cabrito”, esclarece ainda, sem tirar os olhos dos seis cabritos abertos, no forno.

Alexandre Silva partilha da mesma emoção. “Estar aqui é um prazer enorme, por estar ao pé deste forno que já cozeu milhares de pães. Isto tudo tem uma história e um peso muito grande, histórias de tristeza e alegria, e só por isso já não é um desafio, é um privilégio [poder ver este património centenário em funcionamento]”, afirma o chef. O elemento fogo, de resto, é identitário das suas origens familiares, e é dele que tira partido nos restaurantes FOGO e LOCO, ambos situados em Lisboa.

Perpetuar a história e tradição das gentes que cozinhavam com recurso a este forno a lenha é um dos objetivos do Torre de Palma Wine Hotel. Outras das ambições é “chamar um público gastrónomo a Torre de Palma” com um evento considerado “necessário na região do Alentejo”, acrescenta Miguel Laffan. Anfitrião de todas as edições, dá carta branca aos chefs convidados, na premissa de apresentarem pelo menos um prato que passe pelo forno ou pelo fogo durante o processo de confeção.

 

Foto: Evasões

Leia a reportagem completa em: Evasões

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