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Sábado, Abril 27, 2024

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Chegaram a Vila Viçosa mais dois refugiados com “histórias de vida complicadas (…) que fugiram sozinhos (…) mas é uma juventude, humilde”, declara Eduardo Almeida (c/som)

Depois de Vila Viçosa ter recebido dois refugiados vindos da Eritreia, no passado mês de março, e posteriormente um terceiro, chegaram recentemente mais dois indivíduos do mesmo país, estando agora aos cuidados da Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação de Vila Viçosa, cinco jovens, do sexo masculino, um com 22 anos, dois com 26 anos e outros dois com 29 anos de idade.

Em declarações à Rádio Campanário, Eduardo Almeida, Presidente da Delegação de Vila Viçosa da Cruz Vermelha Portuguesa, referiu que neste momento, em Vila Viçosa, à responsabilidade da Cruz Vermelha de Vila Viçosa, estão cinco jovens eritreus, refugiados “e nesta fase iremos parar por aqui, o que não quer dizer que futuramente não possam surgir outras situações, mas a casa de acolhimento da Cruz Vermelha está completa e são mais dois eritreus que chegaram. Nós temos cinco eritreus, cinco jovens, dois casados e três solteiros (…) que fugiram sozinhos e são histórias de vida complicadas que dariam um livro bastante interessante e certamente que alguém o publicará, mas a função da Cruz Vermelha é esta e nós estamos cá para ajudar e auxiliar naquilo que for preciso dentro das nossas possibilidades e dentro dos apoios que nos são cedidos pelos organismos nacionais e internacionais”.

Questionado sobre a integração dos refugiados na comunidade, refere que apenas executam “serviço de voluntariado na Cruz Vermelha, quando há, porque a regularização oficial como refugiados em Portugal, tem dois estatutos para eles ficarem, e como se trata de um país extremamente burocrático e lento, o processo está moroso, os que vieram em março, estão regularizados a 75% e os que chegaram agora estão a zero”, decorrendo “o processo oficial de estabilidade, se são considerados residentes, se são considerados emigrantes autorizados, é lento e burocrático”.

Eduardo Almeida diz que na reunião realizada na passada semana, “todas as delegações que têm refugiados, os primeiros que chegaram em dezembro, foram legalizados no mês passado, estamos a falar de uma coisa que demora pelo menos seis meses”.

O Presidente da Delegação de Vila Viçosa da Cruz Vermelha Portuguesa refere que neste momento, estão a ser ministradas aulas de português, “mas também não é fácil, tirando os que falam inglês, em que é mais fácil aprender, os que falam o seu dialeto é complicado (…) mas é uma juventude, humilde, mas não desenvolvida tecnicamente e tecnologicamente”.

Instado sobre se existe a possibilidade de a Delegação de Redondo da Cruz Vermelha Portuguesa poder vir a receber refugiados, expressa que tal não acontecerá, atendendo a que o imóvel “está a necessitar de obras e como nós não temos capacidade e não houve apoio e financiamento, acabou por cair a possibilidade de Redondo integrar refugiados, pelo menos no que reporta à Cruz Vermelha Portuguesa”.     

Relativamente à permanência em Vila Viçosa, admite que “estão autorizados a estarem em Portugal durante 18 meses e depois o período de legalização que vai decorrendo simultaneamente à adaptação e à integração”, avançando que “alguns que chegaram já saltaram para outro país clandestinamente, sem darem conhecimento às autoridades que os protegiam, ou seja o objetivo deles é o centro da Europa, em que só veem a Alemanha, não veem mais nenhum país e à primeira oportunidade, eles aí vão, atravessando a Europa à maneira deles e sujeitos às represálias que possam surgir por parte das autoridades, porque eles vão ilegais (…) mas quem se aventurou a fugir do país para vir procurar outros meios de subsistência e angariar algum dinheiro para subsistir (…) estão preparados para tudo”.

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