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Segunda-feira, Abril 29, 2024

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“Começo a pensar que ‘o maior camelo serei eu’ em aturar esta gente” diz Rondão de Almeida (c/som)

Decorreu esta tarde, pelas 19:30h, a inauguração do Festival Medieval de Elvas, que viu a sua abertura ser feita através de um cortejo que percorreu as ruas elvenses desde a Rua da Cadeia até à Praça da República, no centro histórico de Elvas.

Para além de toda a azafama do festival, um dos assuntos que esteve na ordem do dia na cidade de Elvas foi suposta falta de condições em que os animais se encontravam, sobretudo um camelo que iria participar no cortejo e que, devido a todo o aparato, acabou por não o fazer.

A Rádio Campanário questionou Rondão de Almeida, presidente da Câmara Municipal de Elvas sobre o sucedido e o autarca referiu que “veio de propósito uma advogada de Lisboa, precisamente a meter medo à Câmara, que ia entrar com uma ação crime pela forma como estava a ser tratado o camelo. É uma coisa incrível. Eu, como não sabia o que estava a acontecer, tive de chamar o empresário e o dono do camelo ao meu gabinete para me darem explicações e, depois de ter visto as fotografias, há algo, que efetivamente, que nos preocupa, para quem não conhece aquela raça, em que grande parte do corpo do animal existe falta de pelo, mas o senhor fez questão de me explicar, que era normal nesta época a mudança desse dito pelo. Perante isso achei que devia calar essas vozes, que teimam de forma sistemática em criar problemas. Decidi, evitar agora, ter que voltar atrás, com a senhora advogada para ir para tribunal, a defender as razões que levaram a Câmara Municipal a licenciar o camelo estar a fazer parte desta feira, quando este camelo, afinal de contas, possivelmente nesta altura do ano, e já esteve em meia dúzia de feiras, e possivelmente irá estar em mais outra meia dúzia até final do verão, por vezes acontecem estes pequenos fenómenos, e nós verificámos que, atrás daquele que faz efetivamente a notícia, aparece sempre uma boa dezena de pessoas a bater palmas e, aí estão eles, todos a favor do camelo. Eu começo a pensar se o maior camelo não serei eu em ter de estar a aturar essa gente”.

“Atrevo-me a dizer que, possivelmente, um dia, algumas dessas pessoas, gostariam de ser governadas precisamente por um camelo”, acrescentou em tom de ironia.

Rondão de Almeida deixou ainda o aviso para aquilo que é realmente preocupante, referindo que, afinal de contas “deveríamos estar mais atentos aos problemas que surgem nosso hospital, às horas que levam os seres humanos à espera de uma consulta por falta de médicos, essa é que deveria ser a grande preocupação. Aquele animal, segundo até me apercebi agora, o animal até está bem tratado”.

“Neste dia, tal como já fiz referência, acontece um fenómeno que tem a ver com um animal. Não podemos é ir aos preconceitos de tentar dar cabo de uma feira, por questões que não são capazes de pensar que o camelo não é para beber água todos os dias. Aquele animal pode beber 50, 60 ou 70 litros de uma só vez, mas depois aguenta duas ou três semanas, e é isso que muitos deveriam ponderar. Qualquer animal, e nós sabemos, porque muitos de nós temos cães e, sabemos que há uma altura que o cão também muda de pelo, até os canários mudam de penas uma vez por ano, é natural que aquele animal esteja também na altura de mudar de pelo, e ninguém ponderou isso. A única preocupação foi levantarem algum problema porque estão preocupados, não com o camelo, mas sim em se meterem com quem não o devem, que é a minha pessoa”.

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