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Compra de 5 aviões KC-390 pelo Governo traz benefícios à Embraer em Évora

O Ministro da Defesa Nacional João Gomes Cravinho recebeu esta terça-feira (9 de abril) representantes da Boeing, numa reunião onde ouviu garantias de que o setor da construção aeronáutica em Évora vai sair reforçado com a compra de cinco aviões de carga (KC-390).

Segundo avança a Visão, a reunião visou tranquilizar o governante português de que a parceria recentemente formada entre as duas entidades não prejudica a Embraer*, e que a aquisição dos cinco aviões trará vantagens para as fábricas instaladas no cluster aeronáutico de Évora.

A fabricante americana apontou que se prevê que o negócio das aeronaves contribua para a expansão da subprodução do setor da aeronáutica em Portuga.

A reunião está a ser considerada como “mais um passo para a aquisição” das cinco aeronaves de transporte tático que vão equipar a Força Aérea Portuguesa, num negócio de quase 830 milhões de euros. A negociação tem tido alguns altos e baixos ao longo dos últimos meses, com a fabricante brasileira a apontar intenção de subir o valor dos aviões, e o Governo Português a defender que o valor avançado de 827 milhões de euros é “condicionante absoluta”.

Do lado português, um dos argumentos mais fortes na negociação é o de que a concretização do negócio abre a empresa a um mercado em que até agora não tem tido participação: é que Portugal é, para todos os efeitos, um parceiro NATO, e a utilização de aparelhos da Embraer com certificação neste contexto militar representa um aumento considerável do número de potenciais clientes.

Independentemente de consenso no valor dos 5 aviões, as verbas para concretizar o negócio dependem da aprovação da Lei de Programação Militar.

Para o dia 23 de abril, a comissão de Defesa Nacional tem agendada uma reunião para concluir esta discussão e votar o diploma.

A Lei de Programação Militar consagra quase cinco mil milhões de euros em investimento até 2020. Entre as grandes opções consagradas na proposta do Governo estão a compra de seis novos Navios Patrulha Oceânicos (com um valor de 352 milhões de euros), um Navio Polivalente Logístico (com um custo previsto de 300 milhões de euros), um Navio Reabastecedor (150 milhões), novos aviões de transporte tático (os KC-390, avaliados em 827 milhões), helicópteros de evacuação (53 milhões) e o equipamento individual do soldado (45 milhões de euros previstos).

*Em 2018, foi estabelecido um acordo entre a Boeing e a Embraer, que atribui à primeira 80% da atividade comercial e de serviços da Embraer, dividindo a meio a participação no acordo para promover as vendas do KC-390 (aviões militares), ficando a Embraer com uma participação 51% do negócio. Desta forma, as fábricas da Embraer que integram o cluster aeronáutico de Évora passam para o controlo da Boeing.

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