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COVID-19: ARS Alentejo pressionou médicos que se recusaram a ir para Reguengos de Monsaraz

Foto: SIM

O presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, José Robalo, admitiu à RTP que pressionou médicos que se recusaram a ir trabalhar para o Lar da Fundação Maria Inácia Vogado Perdigão Silva em Reguengos de Monsaraz por falta de condições no local.

Em declarações à RTP, José Robalo disse que “a recusa de qualquer profissional médico de prestar cuidados de saúde aos utentes do lar, que também são utentes do SNS, não nos podemos esquecer, levaria à instauração de processo disciplinar, nesta e em qualquer circunstância idêntica”.

O presidente da ARS Alentejo acrescentou que “se os profissionais médicos consideravam que não havia as melhores condições para a prestação de cuidados, deveriam ter referenciado os utentes para o local que considerassem tecnicamente mais adequado”.

Segundo o jornal Expresso, que teve acesso ao documento da Ordem dos Médicos, os clínicos foram ameaçados por José Robalo com um processo disciplinar. Uma semana depois da identificação do primeiro caso positivo de COVID-19, os médicos terão sido “informados”, durante uma reunião com o responsável da ARS do Alentejo, de que “incorreriam em processo disciplinar” caso não se mantivessem a prestar os cuidados de saúde na instituição.

No dia em causa, 24 de junho, os médicos continuaram a apresentar-se ao serviço, já com uma morte registada e 70 rastreios positivos no surto do lar. A confirmação de que não haveria as condições necessárias para a segurança dos idosos da instituição viria no dia seguinte, por parte do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alentejo Central, que, apesar de reconhecer o que os médicos já haviam denunciado, continuou a solicitar que os profissionais de saúde perpetuassem os “cuidados possíveis” aos utentes infetados do lar.

A Administração Regional de Saúde do Alentejo considera que o relatório da Ordem dos Médicos, que denuncia más condições no lar de Reguengos de Monsaraz, não tem qualquer fundamento e acusa a redatora do documento de ter sido a responsável pela falta de médicos na instituição.

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