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Covid 19: Desconfinamento poderá começar pelas creches, locais de trabalho sem público e venda ao postigo

 Realizou-se ontem, no Infarmed, uma reunião com especialistas para análise da situação epidemiológica do País por forma a ser ultimado o plano de desconfinamento que irá ser apresentado pelo Governo no próximo dia 11 de março.

Baltazar Nunes, nesta reunião,  previu que a 15 de Março o país estará “muito perto” de ter a pandemia controlada — com excepção de Lisboa, onde a incidência é maior. Os Especialistas defenderam meta de 60 casos por cem mil habitantes para desconfinar, entre outros indicadores. Henrique Barros pede que medidas sejam tomadas antecipando o pior cenário em dez dias.

Na sequência desta reunião, os primeiros detalhes de um possível plano de desconfinamento foram apresentados.

Raquel Duarte, da Administração Regional de Saúde do ​Norte e do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, traçou as linhas para o futuro: apresentou uma proposta para um plano de redução das medidas restritivas devido à covid-19 que prevê, numa primeira fase, a reabertura das creches e do pré-escolar e dos locais de trabalho sem contacto com o público, tal como venda ao postigo.

Conforme notícia avançada pelo Jornal Público, segundo este plano, as medidas deverão ser avaliadas a cada duas semanas, o que poderá permitir a abertura dos 1.º e 2.º ciclos 15 dias depois do início do plano de desconfinamento.

Já a restauração só abrirá portas numa terceira fase e só “o serviço de esplanada pode ser feito, desde que sejam cumpridas as regras” sendo também nesta altura que se permite os encontros com pessoas para além da família próxima, “associação a outras seis pessoas do conjunto sociofamiliar”. Mas sempre com máscara.

Este plano é apresentado de acordo com uma escala de risco, composta por cinco níveis – a começar no nível 5, nível de risco máximo, e que corresponde ao confinamento total.

A apresentação desta escala coube a Óscar Felgueiras, assessor do conselho directivo da Administração Regional de Saúde do Norte e professor do Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto:

  • o nível 5 (elevado) corresponde a uma incidência de 240 casos por cem mil habitantes; o nível 4 (alto) a 120 casos por cem mil habitantes; o nível 3 (médio) a 60 casos por cem mil habitantes; o nível 2 (baixo) a 30 casos por cem mil habitantes; e o nível 1 (muito baixo) a zero casos por cem mil habitantes.

O assessor do conselho directivo da Administração Regional de Saúde do Norte acrescentou ainda Estamos agora no patamar de risco 3 desta classificação, a aproximarmo-nos do 2, ainda que recentemente tenha existido uma desaceleração no decréscimo e não é óbvio se vamos passar já para o nível 2”.

Raquel Duarte, segundo o Público,  apresentou um plano para o desconfinamento, com medidas específicas, mas com uma salvaguarda: no momento do desconfinamento, todo o país deverá adoptar medidas de nível 4, independentemente do número de casos a nível concelhio. 

Raquel Duarte – cuja apresentação, de acordo com a ministra da Saúde, Marta Temido, inclui informações a considerar para o desconfinamento – referiu ainda que há medidas que serão aplicadas a nível local, e que serão avaliadas a cada duas semanas, de acordo com o modelo sugerido.

Veja aqui algumas das medidas apresentadas neste plano:

Escolas:

  • A estratégia está a ser pensada  a nível nacional;

  • No nível 4, o pré-escolar (e as creches) será o primeiro a reabrir. A medida será avaliada a cada duas semanas, o que poderá permitir a abertura dos 1.º e 2.º ciclos. As universidades serão as últimas a reabrir em pleno;

  • Uso de máscara e cumprimento do distanciamento físico.

Actividade laboral

  • O teletrabalho deve continuar a ser a regra, sempre que possível. No caso de não ser possível, devem testar-se os funcionários que não são prioritários na vacinação e adoptar horários desfasados, entre outras medidas de segurança;

  • No nível 4, reabrem trabalhos sem contacto com o público. Depois de 14 dias, pode ser permitida a abertura dos locais de trabalho com locais comuns com contacto com o publico, mas sem contacto físico; Só no nível seguinte é permitido contacto físico individual com o público.

Comércio, retalho e restauração

  • No nível 4, mantém-se a venda ao postigo, com o cumprimento de horário reduzido;

  • No nível 3, podem reabrir os restaurantes com serviço de esplanada, desde que sejam cumpridas as regras.

Convívio familiar

  • Só no nível 3 se permite a “associação a outras seis pessoas do conjunto sociofamiliar”, pessoas com relação mais estreita, mas com máscara.

Algumas regras gerais

  • Durante as fases iniciais do desconfinamento e até ao nível 2 deve haver restrição de funcionamento ou horário. Actividades devem poder funcionar até 21h nos dias úteis e sábados até as 13h;

  • Recolher obrigatório deve manter-se até ao nível 2;

  • Não pode haver horas de ponta. Deve haver prioridade ao transporte individual e pode ser necessário promover o aumento da rede de transportes para evitar aglomeração de utentes. Transportes devem funcionar a 25%, num primeiro momento;

  • Para perceber se estas regras estão a ser cumpridas, a população deve ser ouvida, mas também deve recorrer-se a outras ferramentas, como barómetros ou indicadores de mobilidade. 

 

 

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