Os presidentes das câmaras municipais do distrito de Évora, numa tomada de posição aprovada pelo Conselho Intermunicipal da CIMAC (Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central), manifestaram a sua «total discordância» com o encerramento de estações dos CTT na região e a sua transformação em Postos de Correio, defendendo tratar-se de uma medida «estritamente economicista».
Em declarações à Campanário, José Calixto, presidente da CIMAC, afirma que “o que está a acontecer muitas vezes é que de sexta-feira para segunda-feira se encerra uma estação de CTT e se abre um posto privado e isso não corresponde aquilo que os autarcas pretendem ver nos seus concelhos”.
A privatização de um serviço público “é mau”, mas “a forma como se está a fazer nalguns casos é ainda pior”
José Calixto pede que “haja no processo a dignidade devida ao poder local”, afirmando que “não se encerra uma estação numa sexta-feira sem o presidente da Câmara e da Junta terem a mínima noção do que está a acontecer, e que ela apareça aberta numa loja privada numa segunda-feira”. Defende ainda que para os serviços dos CTT “irem para um negócio privado”, “antes que sejam assegurados por uma junta de freguesia”, por uma questão de defesa dos interesses e caraterísticas das populações. O poder local “está próximo das pessoas e certamente saberá defender os seus interesses”. Uma loja privada, por sua vez, “não tem a dimensão de pensar no interesse público”, afirma, ressalvando a existência de casos de sucesso.
“Um serviço público nunca pode estar dependente de uma gestão privada, ou de uma gestão que pode de um momento para o outro falhar ou falir”
O dirigente aponta ainda que não existe um “orçamento a suportar este tipo de alteração do serviço”.
A privatização dos CTT “é uma incongruência entre aquilo que é a lógica de desenvolvimento de um negócio privado e o interesse público que está subjacente a todos os serviços prestados pelos Correios de Portugal”.