Tal como a Rádio Campanário noticiou esta manhã, o Ministério Público deduziu acusação contra a diretora técnica, um médico, uma enfermeira, uma técnica de fisioterapia, quatro funcionárias do Lar de Nossa Senhora de Fátima e a provedora e a própria Santa Casa da Misericórdia de Alandroal, por alegados maus tratos a uma utente.
Estão acusados da prática em coautoria de um crime de maus tratos agravado pelo resultado.
A Rádio Campanário falou com a Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Alandroal, Dulce Gonçalves, provedora também à data dos factos reportados na acusação, que nos confirmou a dedução desta acusação referindo que se trata “de um processo antigo.”
A provedora da Instituição começou por nos dizer “que a instituição faz o seu trabalho sempre com o objetivo de proporcionar bem-estar aos seus utentes.”
Refere que a existência desta acusação é “desagradável para a Instituição, mas que a mesma deve ser tratada nos meios próprios.”
Dulce Gonçalves sublinhou ainda que “sei bem o que é a saúde e a doença e o que é a degradação da vida humana” acrescentando que a “Santa Casa da Misericórdia de Alandroal trata os utentes da melhor forma”. Contudo sublinha que “muitas vezes as pessoas querem acreditar que os problemas de saúde dos familiares decorrem de outras situações.”
Questionada se os funcionários agora acusados pelo Ministério Público ainda se mantém ao serviço da instituição refere “à data eu era a Provedora e ainda cá estou, a Diretora técnica também se mantém, assim como 3 dos 4 funcionários acusados, uma vez que uma das funcionárias, entretanto se reformou.”
A este propósito esclareceu ainda que “a fisioterapeuta, a enfermeira e o médico já não estão ligados à Instituição” salientando ainda que “o médico em questão não era funcionário da casa, era sim um elemento da direção e que prestava serviço como voluntário.”
A provedora da Misericórdia de Alandroal esclarece por último que “se há culpas ou se há oportunismo no aproveitamento desta situação, serão situações aferidas em sede própria”.
Dulce Gonçalves reitera que à data do falecimento da utente, em 2015, no Hospital do Espírito Santo em Évora, “a mesma já não se encontrava na Instituição.”
Para já a provedora não quis prestar mais esclarecimentos salientando que “esta é uma situação desagradável para a Instituição, mas que será julgada nos meios próprios” reafirmando a missão da Misericórdia de Alandroal em “trabalhar para que todos os nossos utentes sejam bem tratados na Instituição.”