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Drogaria Azul: “Quando foi a abertura do primeiro supermercado preocupou-me. Alterei muito o meu comércio”, diz Leonardo da Silva

A Casa Bacharel, também conhecida como drogaria azul, é o estabelecimento comercial mais antigo de Évora e atualmente quem está à frente do negócio é Augusto Silva, filho do famoso rosto de Leonardo José da Silva.

Fundada em 1896, esta casa localiza-se no Largo Luiz de Camões, no cento das muralhas, e vendem não só ferramentas, máquinas, perfumes, mas também ferragens.

A Rádio Campanário foi até ao local conhecer a loja e falou com Leonardo José da Silva que trabalha há 64 anos no estabelecimento. O natural de Canaviais, relevou que iniciou a atividade com apenas 12 anos, e atualmente com 76, partilha a gerência com o filho. “Em 1983 o meu patrão disse que queria trespassar a loja e eu era a pessoa indicada. No dia 1 de janeiro de 1984 a loja é minha” conta Leonardo.

Nos dias de hoje, partilha a administração do negócio com o filho Augusto “o ano passado passei para uma sociedade com o meu filho, “Leonardo e Augusto Silva Limitada”. Ele está a continuar e muito bem” confessa.

Na fundação da loja, o dono na altura tinha como apelido Bacharel, e até chegar aos comandos de Leonardo, os anteriores proprietários mantiveram o nome. Hoje em dia, é conhecida como “Drogaria Azul” por estar pintada de azul. “Em tempos a parede da arcada era pintada de azul. Em 1991 ampliei a loja porque era muito pequena. A Câmara disse-me que não podia ter a loja pintada de azul porque as cores da cidade eram o cinzento e amarelo”, explica Leonardo. No entanto, após um pedido aos arquitetos para manter o azul, os mesmos cederam, deixando ficar apenas os contornos da porta.

Esta drogaria, segundo o gerente, “vende um pouco de tudo, até coisas difíceis de encontrar no mercado”. Contudo, a abertura do primeiro supermercado foi uma preocupação para Leonardo “tivemos nos primeiros dois ou três meses uma quebra enorme”. Para ultrapassar este constrangimento, a solução passou por “alterei o comércio”, tendo ido ao “encontro daquilo que não havia no supermercado”.

Um dos produtos que eram mais vendidos, de acordo o proprietário da loja, eram máquinas de berbequim e de carpintaria, porém “passaram a vender no supermercado e deixei de as ter. Passei a ter as coisas que nos supermercados não têm ou são mais caras”, acrescenta.

Relativamente à pandemia, ao contrário de outros estabelecimentos as farmácias e drogarias foram permitidas ou “quase obrigadas” a continuarem a trabalhar, porém agora “não está a ser muito bom, mas também não me queixo que esteja mal, porque estivemos abertos enquanto os outros estavam fechados”, assumindo que “ainda está a ser mau porque há pouco movimento de turismo”.

Devido à localização estratégica da loja, eram muitos os ingleses, brasileiros e espanhóis que por lá passavam. Antes da pandemia, Leonardo confessa que vinham “muitos chineses, mas não gastam um centavo”.

Em termos de clientes, que sejam residentes da zona, o dono da Drogaria Azul menciona que “temos muitos clientes habituais, dedicados”, que também se justifica pelo atendimento “penso que não é melhor, mas é bom como os outros. Se um cliente, por exemplo, vier cá com uma panela de pressão avariada a pensar que tem de comprar nova, por 5 euros reparamos”, esclarece.

 

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