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EDIA: Portugal tem que investir “dezenas de milhões” em segurança nas barragens

O presidente da empresa gestora do Alqueva, José Pedro Salema, alertou que Portugal vai ter que investir “dezenas de milhões de euros” em matéria de segurança nas barragens nacionais, que estão envelhecidas.

Segundo a Lusa, o presidente da EDIA notou que, é preciso “fazer esses esforço” em segurança “para garantir que uma infraestrutura que tem um potencial de causar algum dano está no ponto ótimo de monitorização, que tem sistemas de alarmística, monitorização constante” e “que é capaz de aguentar aquilo que a natureza lhe pode impor”.

“Portugal tem muitas barragens”, mas “o que há é um parque de barragens envelhecido, que está desajustado dos regulamentos atuais de segurança”, destacou o responsável da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA).

Numa cerimónia que decorreu ontem em São Manços, no concelho de Évora, com a presença da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, José Pedro Salema disse que há perímetros de rega e barragens “com 80 anos” e que “não estão de acordo com os padrões atuais” de segurança e eficiência.

“Vai ser imperativo o país gastar muitos milhões em segurança de barragens para garantir que essas estruturas estão de acordo com as exigências atuais”, sublinhou, na sessão de apresentação de um estudo sobre regadio no país elaborado pela EDIA.

Após a cerimónia, em declarações aos jornalistas, o mesmo responsável reiterou que existem no país “barragens que foram construídas há muitas décadas”, numa altura em que “os regulamentos de segurança não eram tão exigentes como são hoje”.

“Atualmente, com uma estrutura do tipo de uma barragem precisamos de ter um padrão muito alto, nomeadamente a resistência a eventos extremos”, argumentou.

Como exemplo, José Pedro Salema disse que, hoje em dia, “um descarregador de uma barragem tem que ser capaz de acomodar um caudal de cheia que está dimensionado de uma determinada forma” e que “essa exigência aumentou nos últimos anos”.

“Nós temos que ter postos de observação e controlo das grandes barragens”, algo que, “há uns anos atrás, não era exigido”, continuou.

O presidente da EDIA notou que, hoje, é preciso “fazer esses esforço” em segurança “para garantir que uma infraestrutura que tem um potencial de causar algum dano está no ponto ótimo de monitorização, que tem sistemas de alarmística, monitorização constante” e “que é capaz de aguentar aquilo que a natureza lhe pode impor”.

Para o futuro, a área da segurança é “uma das áreas de investimento” que tem de ser concretizada no país.

Em valor, “não é seguramente o [setor] mais relevante”, porque “o esforço” irá ser dividido, “essencialmente, entre a modernização” de regadios existentes “e os novos regadios”, mas não pode ser esquecido, avisou.

“Uma parte mais pequena [do investimento] será para a segurança de barragens”, mas, ainda assim, será “na ordem das dezenas de milhões de euros” o montante “que temos que investir”, sustentou.

Na cerimónia, o responsável da EDIA apresentou à ministra da Agricultura as conclusões do estudo “Regadio 20|30 – Levantamento do Potencial de Desenvolvimento do Regadio de Iniciativa Pública no Horizonte de uma Década”, elaborado pela empresa gestora do Alqueva.

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