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Sábado, Abril 27, 2024

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Elvas: Processo negocial entre a câmara e a Confraria do Senhor Jesus da Piedade abortou. Juiz da confraria diz que a câmara tem “condições para mostrar números com mais rigor” (c/som)

Depois de vários avanços e recuos, o processo negocial entre a Confraria do Senhor Jesus da Piedade e a Câmara Municipal de Elvas, para a gestão do Parque da Piedade, onde decorre a Feira de S. Mateus, conheceu agora um retrocesso com o sessar das negociações, por não se ter chegado a um acordo no valor proposto pelo município.

Em declarações à Rádio Campanário, o presidente da Câmara Municipal de Elvas, Nuno Mocinha, referiu que “a câmara fez uma oferta à confraria, essa oferta não mereceu o melhor resultado por parte da confraria, temos que respeitar. A confraria achou que a proposta que a câmara estava a fazer não era uma proposta que satisfizesse a própria confraria”.

Salienta que “o espaço é da confraria, a responsabilidade é deles, a câmara sempre esteve disponível para ajudar, era essa a intenção, a oferta que foi feita foi dentro das possibilidades que o município tinha, quanto a mim era uma oferta muito favorável à confraria e na altura eu estive nessas negociações, sempre referi isso e do meu ponto de vista era mais favorável para a confraria do que para a própria Câmara Municipal, no entanto é um espaço que é de todos, ou seja, está à responsabilidade da confraria, mas é um espaço onde os elvenses se revêm muito, daí que eu achei que era obrigação da câmara forçar aquela negociação e oferecer até mais do que deveria oferecer para poder ficar com aquele espaço e dar-lhe outras condições, mas a confraria assim não entendeu”.

Nuno Mocinha diz que respeita a decisão, mas teremos que ir “organizando o espaço que nos é cedido, neste caso o espaço da Praça da Feira e a tenda do espetáculo e assim podemos contribuir de forma positiva para o S. Mateus”.

À Rádio Campanário o Juiz da Confraria do Senhor Jesus da Piedade, José dos Santos Aldrabinha, declarou que “não houve qualquer problema, mas decidimos parar com essa atuação de parte a parte e não chegamos a valores que nos entendêssemos e achamos por bem, mutuamente, anular o processo. O processo neste momento está extinto, não há negociação entre a câmara e a confraria”.

Questionado sobre a proposta apresentada pela Câmara Municipal de Elvas, José Aldrabinha diz que depois de uma análise, foi concluído que “os valores que estavam a ser negociados, não eram suficientes para os custos que teremos que enfrentar (…) porque, ou se negoceia de novo e com novos valores, mas com estes valores não deu”.

Instado sobre quais são os valores implícitos, o Juiz da Confraria do Senhor jesus da Piedade diz que “os valores não chegavam para pagar os custos que temos”, exemplificando, “os ordenados das pessoas, a gestão da igreja e de todo este espaço enorme (…) a energia, a água, os telefones, as verbas envolvidas não eram suficientes”.

Indagado sobre existir a possibilidade da Câmara Municipal de Elvas, com esta proposta, requalificar e reestruturar todo o largo, diz que “a câmara teria efetivamente todos os meios para fazer a médio longo prazo, transformar tudo isto (…) penso que ainda um dia destes, voltaremos novamente a dialogar de parte a parte”.

No entanto José Aldrabinha confirma que a confraria está aberta à possibilidade de voltar a encetar negociações, “pensamos que da parte da câmara há condições para mostrar números com mais rigor e com mais tempo, e a analisarem-se as coisas com maior profundidade”.

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