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Domingo, Abril 28, 2024

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Em coloquio realizado em Vila Viçosa, Joaquim Cardoso, presidente da APD diz que o problema da inclusão “é a falta de mentalidades” (c/som e fotos)

A Delegação Distrital de Évora da Associação Portuguesa de Deficientes realizou este sábado, dia 10 de dezembro, pelas 14h30, no Cine Teatro Florbela Espanca em Vila Viçosa, o Colóquio/Debate “40 anos da Constituição, 40 Anos do Poder Democrático – Trajetória Inclusiva”.   

Com esta iniciativa pretendeu-se criar uma oportunidade para analisar, refletir e debater as relações da APD (DDE) com o Poder Local Democrático, um tema que tem merecido ampla reflexão.

À reportagem da Rádio Campanário, que esteve presente mais um ano para reportar o evento, o presidente da Associação Portuguesa de Deficientes (APD), Joaquim Cardoso, afirmou que basta olhar para a realidade para que se perceba que a trajetória de inclusão não é satisfatória, até porque no seu entender, havia entidades que deveriam estar presentes, o que não aconteceu, referindo que “olhamos para tudo o que é solidariedade e vemos o alheamento das questões”.

Joaquim Cardoso menciona as dificuldades por que passam as pessoas com deficiência e que residem em locais mais isolados, e que se deparam com grandes dificuldades em se deslocarem, até numa simples visita ao médico, porque “não há transportes adaptados e as vezes nem transportes há”.

Questionado sobre as ausências a que se refere, nomeia as autarquias locais, os Grupos Parlamentares, a Secretaria de Estado da Inclusão, o Instituto Nacional de Reabilitação e a Comunicação Social, à exceção da Rádio Campanário, como salienta.

Reconhece que as autarquias locais se têm preocupado em criar condições para as pessoas com deficiência, mas não numa lógica de “intervenção concertada”, afirmando que “houve atividades pontuais, mas isso foi-se perdendo”.

Ainda assim, o presidente da APD menciona que, embora as autarquias tenham apoiado a realização do colóquio anual, depois disso, não há uma correspondência de “intervenção concertada e às vezes, há coisas que se deviam concertar”.

Salienta que à associação falta ter “uma equipa de psicólogos, uma advogada e uma técnica social que trabalhassem connosco, mas a partir do ponto de vista de que as pessoas com deficiência são os verdadeiros peritos em tudo o que diz respeito à deficiência, porque há para aí muitos técnicos que tratam estas coisas, mas não do ponto de vista das pessoas com deficiência, mas dos seus interesses coletivos e não é isso que queremos”.

Conclui dizendo que para além de existirem leis em Portugal, o problema da inclusão “é a falta de mentalidades”.

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