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Em Évora, o Presidente da República diz que “há uma disponibilidade para receber milhares de refugiados mas depois acabam por vir umas dezenas, o problema está a nível europeu (c/som)

Marcelo Rebelo de Sousa esteve em Évora, esta sexta-feira dia 22 abril, no âmbito da iniciativa “Portugal Próximo”.

Durante três dias, Marcelo Rebelo de Sousa percorre 400 quilómetros e passa por nove concelhos.

Na cidade Património Mundial, o Presidente da República reuniu pela manhã com o Primeiro-Ministro, António Costa. Tratou-se da reunião semanal entre o Chefe de Estado e o líder do governamental. 

Depois disso, Marcelo Rebelo de Sousa visitou a Universidade de Évora, pelas 11h00. Seguiram-se visitas ao Laboratório Hercules da academia, à exposição “Estados de Rememoração”, no Fórum Eugénio de Almeida, e ao Paço de São Miguel, da Fundação Eugénio de Almeida.

Ainda em Évora, almoçou com refugiados no Centro Humanitário de Évora da Cruz Vermelha, partindo depois para Reguengos de Monsaraz.

O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, após o almoço com um grupo de refugiados sírios e iranianos que decorreu na Cruz Vermelha, declarou que o total de refugiados que já foram recebidos pelos países da União Europeia é “insignificante” para o que foi prometido e para o que se perspetivava considerando que este é um problema do foro europeu.

De acordo com o Presidente da República “a plataforma de apoio aos refugiados e as diversas instituições estão a colaborar em conjunto para o acolhimento destes cidadãos, porém o problema está a nível europeu visto que há uma disponibilidade para receber milhares de refugiados e depois acabam por vir umas dezenas, este é um cenário que afeta toda a europa, portanto, há qualquer coisa que não está a funcionar bem no âmbito do encaminhamento dos refugiados mas que nada tem a ver com a sociedade portuguesa ou com o governo português”.

No que concerne à preferência dos refugiados por outros países, o Chefe da Nação salienta que “há muitos refugiados que têm a ideia fixa de se estabelecerem na Alemanha porque receberam essa mensagem há já muitos meses e consideram-no como o destino preferido mas depois há outro problema que poderá ser do foro democrático ou administrativo que é a dificuldade de fazer o encaminhamento, essa dificuldade está a existir a nível europeu”. Acrescenta que “o número total de refugiados que já foi recebido por países da União Europeia é insignificante para o que foi prometido e para atender às necessidades destes indivíduos, vamos esperar que esta situação possa melhorar”.

Instado a comentar sobre a necessidade de ser constituída uma Comissão que tutele a distribuição dos refugiados entre os países que estão dispostos a acolhê-los, Marcelo Rebelo de Sousa, assegura que “há uma estrutura, há um acordo com a Turquia, há contactos com os países que estão diretamente a ser afetados, como é o caso da Grécia, agora o que é de esperar é que no futuro se veja um resultado melhor do que aquele que assistimos até ao momento”.

Questionado sobre a forma como foi recebido na cidade eborense, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que “a ideia de que os alentejanos não são calorosos é uma ideia completamente errada”.

 

Em declarações à Rádio Campanário, o Presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá, referiu que a visita do Chefe de Estado à cidade “é de grande importância e ficamos satisfeitos que o presidente da República olhe para o Alentejo, olhe para Évora e possa levar daqui algumas indicações para o seu mandato que ajudem ao desenvolvimento de Évora e do Alentejo”.

Instado obre o facto de Marcelo Rebelo de Sousa estar a reunir consenso tando do Governo como dos partidos da oposição, declara que “continua a haver divergências, isso é normal em democracia, espero que o presidente possa garantir que os direitos essenciais do povo possam ser cumpridos conforme a constituição (…) recordo que estamos numa situação social extremamente difícil e que é preciso ultrapassar. Em Évora temos um terço da população com pensões médias na ordem dos 338 euros por mês e são as mais altas do Alentejo. É necessário que, para além de falarmos dos problemas, encontrar soluções para esses problemas e eu espero que o Presidente da República possa dar essa contribuição”.

 

Henrique Granadeiro, antigo Presidente da PT, referiu à reportagem desta Estação Emissora que Marcelo Rebelo de Sousa demonstra uma “grande vontade de estar em sintonia com os portugueses num país particularmente difícil (…) e com esta proximidade pretende ter uma palavra de conforto e ao mesmo tempo de estímulo para que saibamos aceitar os sacrifícios, mas não nos resignemos, como ele não se resigna ma maratona em que anda empenhado e que pode ser muito mobilizadora para as poucas forças que conseguimos neste momento reunir para o desenvolvimento”.

 
 

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