De acordo com o índice de seca PDSI, verificou-se um aumento significativo da área e da intensidade em seca meteorológica; destaca-se a região Nordeste na classe de seca moderada e na região sul os distritos de Setúbal, Évora, Beja e Faro nas classes de seca severa a extrema. No final de abril 89 % do território estava em seca, com 34 % nas classes de seca severa e extrema.
A Barragem da Vigia, no concelho de Redondo, regista neste momento cerca de 55% da sua capacidade de armazenamento e para já está garantido o abastecimento de água ás populações assim como a sua utilização para rega.
Ainda assim, a Associação de Beneficiários da Obra da Vigia, decidiu implementar algumas restrições no uso da água para rega.
Luís Bulhão Martins, Presidente da Associação, em declarações à Rádio Campanário, falou sobre estas restrições e a necessidade de repensar medidas estruturantes para o flagelo da seca.
O Presidente da Associação começou por nos referir “a água na Barragem da Vigia é mesmo à conta pelo que foram impostas algumas restrições tendo em vista a segurança do abastecimento de todos em primeiro lugar e a segurança do abastecimento das culturas regadas que se insiram dentro do perímetro e com um quantitativo relativamente modesto de 7 mil metros cúbicos por hectare numa zona onde se faz muito milho e numa zona onde se fazem muitas culturas que consomem bastante água .”
Luís Bulhão Martins adiantou ainda, a este propósito, “é um consumo muito modesto para as condições terríveis deste ano em que a partir de 1 de abril, regamos com uma intensidade como se estivéssemos em julho.”
“Levamos 40 dias de rega absolutamente intensa e já gastámos 1 milhão e 700 mil metros cúbicos de água , ou seja, entre 15 e 20% daquilo que tínhamos disponível” acrescentou ainda o Presidente da Associação de Beneficiários da Obra da Vigia.
O responsável explicou ainda que “a posição confortável em que a Barragem se encontra atualmente, a manterem-se estas condições, existirá apenas até ao fim da campanha de rega” acrescentando que “no seu final, não ficamos com a Barragem vazia, mas ficamos com um volume mínimo aceitável para a vida da comunidade piscícola que habita na Barragem e para alguns usos lúdicos.”
“A barragem fica reduzida a zero em termos de uso agrícola a partir de 15 de outubro” conclui.
Para o responsável “esta é a pior Barragem da Bacia hidrográfica do Guadiana e o perímetro de rega da Vigia, aguarda há 8 anos, a realização de uma adução de água suplementar, inserida dentro do perímetro de rega do novo Bloco de Rega de Reguengos de Monsaraz e que , apesar de já ter dotação financeira assegurada, projetos feitos, continuamos à espera.”
Recorde-se que no final de abril , no território, a classificação relativamente à seca era de : 10.8 % normal, 22.0 % seca fraca, 33.2 % em seca moderada,19.9 % em seca severa e 14.1 em seca extrema.