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Quinta-feira, Maio 9, 2024

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“Estas iniciativas são sempre oportunidades para partilhar experiências e o amor que temos às filarmónicas” diz Eloisa Guerra (c/som)

Decorreu ontem à tarde, pelas 18h, a iniciativa Roteiro Musical dos Castelos, em Alandroal, no Castelo de Alandroal.

A iniciativa contou com a animação musical da Banda Filarmónica da Casa do Povo de Nossa Senhora de Machede e da Banda Filarmónica do Centro Cultural de Alandroal e com a organização do Município de Alandroal e da Fundação INATEL.

A Rádio Campanário esteve presente e falou com Eloisa Guerra, da Banda Filarmónica da Casa do Povo de Nª Srª de Machede, sobre a iniciativa.

Em declarações à nossa redação, Eloisa Guerra começou por referir que “é sempre uma oportunidade de partilhar experiências, nós já somos uma banda com 116 anos, ao longo da nossa história temos tido oportunidade de conhecer bandas por todo o país, e é sempre um momento tão fantástico, um momento de partilha, e um momento em que aprendemos uns com os outros, porque, no fundo, a vida das filarmónicas é um pouco igual, todos lutamos por este amor genuíno à música, sem nada pedir em troca, damos tudo de nós, e é mesmo o amadorismo que está aqui presente, é o amor à música, acima de tudo, sem qualquer pretensão”.

Questionada se foi a primeira vez que se juntaram neste tipo de iniciativas com a banda de Alandroal, a integrante da banda de Nª Srª de Machede referiu que “sim, com a banda de Alandroal foi a primeira vez e, agradecemos desde já, a simpatia com que nos receberam e a oportunidade de partilhar esta experiência com eles”

Questionada se existe alguma surpresa pelas gerações mais novas aderirem mais à assistência de concertos das bandas filarmónicas, Eloisa referiu que “penso que as gerações estão a mudar, e o valor dado à cultura hoje é um pouco diferente, nós notamos que, pelo menos na nossa escola de música, estamos a assistir neste momento a um aumento do número de alunos, temos neste momento 23 alunos, são os mais jovens e notamos essa adesão, e notamos no público também. Houve um momento em que, se calhar, as gerações mais jovens, não achavam muita graça, ou tinham vergonha de fazer parte da música, porque achavam um coisa mais popular, e agora não. Agora os jovens, felizmente, estão a dar mais valor àquilo que é a tradição das suas terras e isso é muito bom”.

Questionada sobre as maiores dificuldades com que a banda se depara nos dias de hoje, a música referiu que “às vezes, a falta de recursos, queremos fazer mais e não temos possibilidade. Durante a pandemia, a cultura ficou um pouco esquecida, nós estamos aqui hoje, e é um exemplo porque o valor monetário não é nenhum, na maioria dos serviços que nós fazemos, não cobramos um valor, mas a banda precisa de dinheiro para sobreviver e, durante algum tempo, em termos de apoios culturais, ficámos um pouco aquém. Contámos sempre com a Câmara Municipal de Évora, com a nossa junta de freguesia, que foram incensáveis, mas às vezes as necessidades vão muito além disso, há instrumentos que se danificam e são caros e, às vezes, queríamos fazer mais mas não conseguimos. Há serviços que são remunerados, mas talvez essas tenham sido as dificuldades, mas sempre ultrapassadas com uma grande força de vontade”.

Tem que ser muita força de vontade, muito apoio das nossas famílias, que permitem que nós possamos sair das nossas casas e deslocar-nos para estes locais, muito apoio também das entidades locais, como o INATEL, que nos fez este convite e que nos apoia sempre, ao qual pertencemos com muito gosto, a Câmara Municipal, a Junta de Freguesia, e depois, o ser filarmónico, não se consegue explicar, tem que se sentir. Tem que se amar a música sem qualquer pretensão e é darmos tudo de nós sem esperar receber nada em troca, sem ser os aplausos que nos fazem tão felizes”, finalizou.

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