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Sábado, Abril 27, 2024

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Falta de médicos pode encerrar a urgência pediátrica do Hospital de Évora, alerta Sindicato dos Médicos

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul refere, em nota, que “o Serviço de Urgência de Pediatria (SUP) do Hospital Espírito Santo de Évora (HESE) atravessa uma grave carência de médicos pediatras, o que põe em risco o seu funcionamento, já a partir do próximo dia 1 de setembro”.

Segundo o Sindicato dos Médicos, atualmente estão apenas seis médicos pediatras no SUP do HESE, sendo que “apenas 3 realizam trabalho noturno, por questões de limites de idade legalmente previstos, o que faz com que nem o recurso a trabalho extraordinário é suficiente para assegurar a escala de urgência”.

“Esta situação arrasta-se há vários anos, e os médicos têm vindo a sinalizar, por várias vezes, a sua preocupação ao Conselho de Administração (CA) do HESE e também à Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo. Apesar disso, estas estruturas gestoras deixaram deteriorar a situação, sem nunca terem encontrado uma solução. Nos últimos anos, 5 pediatras abandonaram o Serviço.

Em vez de procurar soluções, o CA do HESE pressiona os médicos para que preencham as escalas de urgência, mesmo não cumprindo as recomendações mínimas de segurança preconizadas pelo Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos, que exigem 2 médicos especialistas em presença física”, refere a nota.

É ainda referido que desde o início da pandemia, o CA do HESE “determinou que o horário semanal destes 6 médicos fosse maioritariamente ou integralmente cumprido em urgência, com prejuízo da restante atividade assistencial em consulta e internamento, o que tem comprometido o acesso das crianças aos cuidados necessários nestes últimos 6 meses”.

Esta é, segundo o Sindicato do Médicos, uma situação “insustentável, tendo em conta o acréscimo de afluência expectável no inverno e a necessidade imperiosa de retomar a «normal» atividade assistencial. Com o adiamento e suspensão de consultas e exames, tem-se assistido a um preocupante aumento de patologias graves”.

“A situação de rutura da Urgência de Pediatria do HESE é mais um exemplo da política de desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) conduzida por sucessivos governos, que tem levado à deterioração das condições de trabalho e da Carreira Médica e consequente abandono do SNS pelos profissionais. Estes problemas são muito anteriores à pandemia e agora veem-se agravados pela pressão acrescida.

Apesar dos exemplos de graves carências em várias unidades do país e dos sucessivos apelos dos sindicatos médicos, o Ministério da Saúde tem mantido uma postura de falta de seriedade e de desvalorização das propostas e a Ministra da Saúde continua a não comparecer à mesa de negociações.

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) manifesta a sua solidariedade e envidará todos os esforços para apoiar os colegas pediatras do Hospital de Évora. O SMZS exige do CA do HESE e do Ministério da Saúde, responsáveis por esta situação de rutura, a adoção imediata de soluções que assegurem os cuidados e a segurança das crianças e as condições de trabalho dos médicos”.

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